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Diálogos Interdisciplinares: veja como foi


Data de Publicação: 27 de julho de 2021


WhatsApp Image 2021-07-27 at 13.45.38O Eixo Políticas sobre Álcool e Outras Drogas do CRP RJ realizou, nos meses de abril, maio e junho de 2021, uma série de Rodas de Conversa que compuseram os “Diálogos Interdisciplinares sobre Medicalização, Redução de Danos, uso e prevenção de drogas lícitas/ilícitas e os cenários de potencialização de cuidados”. Formando, dessa forma, uma sequência de três eventos realizados de forma remota, aproveitando as datas do Dia Internacional da Redução de Danos e do Dia Internacional da Prevenção ao Uso de Drogas.
Eventos em que o CRP-RJ, junto a outros parceiros, se propôs a analisar e discutir o uso de drogas, levando a discussão um pouco além do imaginário que nos cerca: maconha, cocaína, algumas vezes o álcool e cigarro, deixando de lado os remédios, adquiridos legalmente, e que durante a pandemia foi observado os mesmos critérios de aumento de uso que são considerados para as drogas consideradas ilícitas.
Outro fato que corroborou para a discussão foi a guerra às drogas, que também desencadeia um aumento na medicalização, potencialmente em territórios específicos ligados geralmente a população vulnerável, população esta que recorre a medicalização como forma de atenuar as vivências e convivências com os tiroteios, as investidas policiais, o adoecimento, além da falta de leitos, de vacinas, de acesso à saúde, de trabalho e de perspectiva de vida.
A primeira roda de conversa aconteceu no dia 09 de abril com o tema “Medicalização e Pandemia” que contou com a participação do psicólogo Fernando Freitas (CRP 05/10752) co autor do livro “Medicalização em Psiquiatria” e do psiquiatra Holmes Martins da FioSaúde – FioCruz, com a mediação do psicólogo Lucas Gonçalves (CRP 05/61071) colaborador do CRP-RJ no Eixo Políticas sobre Álcool e Outras Drogas. Nesta roda, foram discutidos os interesses da indústria farmacêutica, as diferentes formas de lidar com o sofrimento emocional exacerbado pela pandemia e isolamento social. Levantando a reflexão de qual é o lugar que nós ocupamos em nós mesmos?
No dia 07 de maio o tema da Roda foi “Redução de Danos e Medicalização, diálogo possível?” aproveitando o Dia Internacional da Redução de Danos. Onde a discussão girou em torno do uso de drogas e da patologização do cotidiano, considerando que a Redução de Danos não é uma estratégia, é acolhimento, promoção de saúde e autonomia.
Ademais, foi enfatizada a importância da ampliação do território, das opções, do repertório, o atendimento deve ser pautado na singularidade, portanto não há como cuidar do sujeito sem ele. A mesa foi composta pela psicóloga Laura Shdaior (CRP 06/102932) articuladora do Núcleo de Práticas de Redução de Danos do Centro de Convivência É de Lei – SP e Phillipe Rocha, Redutor de Danos no CAPS AD São Gonçalo e na equipe de Consultório na Rua em Niterói – RJ. Com a mediação da psicóloga Marcela Garcia (CRP 05/41131); diretora do CAPS AD Alameda, Niterói, RJ.
E finalizando a série, no dia 25 de junho foi a vez de “Prevenção ao uso prejudicial de Drogas, o que a medicalização tem a ver com isso?” com os debatedores: Manoela Campos, mestranda em Arteterapia pela Universidade de Girona, na Espanha, colabora no PROJAD (IPUB/UFRJ) conduzindo a oficina online de Arteterapia desde outubro de 2020 e o psiquiatra Marcelo Dias – Psiquiatra pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro, psicanalista de orientação lacaniana e especialista em Gestão da Clínica pelo Hospital Sírio Libanês, tendo a mediação da psicóloga Camila Motta (CRP 05/61190) Laps/Fiocruz, Co-editora do site Mad in Brasil. Foi discutido sobre as diferentes possibilidades de prevenção ao uso prejudicial de drogas, o que é possível fazer sem medicar, a importância da autonomia do cuidado, o sujeito como protagonista de seu tratamento, da escuta como acolhimento, pois o sujeito precisa falar para entender o que acontece com ele. E a arte, como possibilidade de expressão, trabalhando a capacidade da elaboração de si, já que se baseia no fazer e o fazer leva tempo, respeitando o tempo de cada um através de suas capacidades criadoras.


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