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Debate sobre enfrentamento ao racismo reúne psicólogas (os) e estudantes em Campos dos Goytacazes


Data de Publicação: 3 de dezembro de 2019


No dia 28 de novembro, a Comissão Gestora do CRP-RJ no Norte-Noroeste promoveu, em Campos dos Goytacazes, o primeiro encontro do Ciclo de Debates “Psicologia como Aliada no Enfrentamento ao Racismo”.

O evento iniciou com a divulgação do caso de racismo sofrido no dia anterior pela atriz Cacau Protásio, nascida em Campos dos Goytacazes, que, ao gravar cenas do filme que em breve será lançado, foi surpreendida ao tomar conhecimento de áudios e vídeos em que pessoas que se identificam como bombeiros reclamam da gravação e fazem comentários racistas, LGBTfóbicos e gordofóbicos em relação à atriz e ao elenco.

Em seguida, o conselheiro-coordenador do Eixo de Relações Raciais do CRP-RJ, Hildeberto Vieira Martins (CRP 05/24193), abordou os trabalhos desenvolvidos pelo Eixo e falou sobre as transformações históricas da Psicologia, como ciência e profissão, desde a sua regulamentação, na década de 1960, até os dias de hoje.

WhatsApp Image 2019-12-03 at 10.05.50Por fim, destacou a importância das Referências Técnicas para Atuação de Psicólogas (os) no campo das Relações Raciais, lançadas em 2018 pelo CREPOP. Conforme apontou, o livro reverencia importantes publicações brasileiras sobre relações raciais, tais como o livro publicado em 1983 pela psicanalista Neusa Santos Souza, “Tornar-se negro: as vicissitudes da identidade do negro em ascensão social”, que inaugurou o debate contemporâneo e analítico sobre racismo no Brasil, identidade negra e sofrimento psíquico.

Maria Aparecida Cardoso Chagas (CRP 05/54632), psicóloga, diretora do Projeto Black e Cia e psicóloga voluntária no Projeto “Acolhimento, Escuta Clínica e Ações Preventivas: A Saúde Mental no Campus Universitário da UENF”, discorreu sobre o trabalho que desenvolve no Projeto Black e Cia, cujo objetivo principal é trabalhar a autoestima da diversidade humana, fazendo um recorte étnico e racial para discutir questões raciais.

A psicóloga exibiu fotos de diversas atividades desenvolvidas pelo projeto, destacando a importância da autoimagem e da valorização dos traços físicos da população negra como estratégia de melhoria na autoestima dos jovens atendidos pelo projeto. Segundo afirmou, esse projeto existe há cinco anos, conta com uma equipe técnica voluntária e recebe demandas também de diversos equipamentos da Rede de Saúde Mental para ajudar no trabalho de reinserção e a ressocialização dos usuários.

A palestrante revelou ainda que o projeto realiza palestras em escolas, em instituições e na sua própria sede, que é um espaço plural onde são realizadas rodas de conversa, eventos temáticos e oficinas de dança, moda e customização, entre outros.

Para a conselheira-coordenadora da Comissão Gestora do CRP-RJ no Norte-Noroeste, Conceição Gama (CRP 05/39882), “este foi o primeiro evento de um ciclo de debates que vem sendo construído coletivamente e interiorizado pelos conselheiros da atual gestão do CRP-RJ. Os esforços conjuntos do Núcleo de Direitos Humanos do CRP-RJ estão focados na continuidade, ao longo de todo o ano, de debates sobre Direitos Humanos e populações que vêm sendo historicamente mais violentadas”.



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