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Debate sobre avaliação psicológica no Trânsito lota auditório da sede do CRP-RJ


Data de Publicação: 14 de agosto de 2019


IMG_9413O “Ciclo de Oficinas da Avaliação Psicológica para Carteira Nacional de Habilitação” ocorreu no dia 3 de agosto e lotou o auditório da sede do CRP-RJ, no Centro do Rio. O evento, que integra a agenda comemorativa do CRP-RJ pelo Dia da (o) Psicóloga (o), foi promovido pelo Eixo de Mobilidade Humana, Inclusão e Acessibilidade da Comissão Regional de Direitos Humanos do CRP-RJ em parceria com a ABRAPSIT.

A mesa de abertura teve como tema “Avaliação psicológica no contexto do trânsito – o comprometimento ético e a visibilidade de nossa prática” e foi composta por Janaína Sant’Anna (CRP 05/17875), psicóloga e conselheira do CRP-RJ, Márcia Aragão, psicóloga especialista em Avaliação Psicológica e Psicologia do Trânsito, e Patrícia Sandri, psicóloga e presente da ABRAPSIT (Associação Brasileira de Psicologia do Tráfego).

Janaína ressaltou a importância de uma boa atuação da (o) psicóloga (o) do Trânsito, comprometida com a ética da profissão, pois a visibilidade da Psicologia perante a sociedade muitas vezes perpassa pelo contato que a população tem com profissional que atua nesta área.

IMG_9482“Diversas vezes, a única oportunidade que uma pessoa tem de contato com a Psicologia é através da avaliação psicológica para fins de CNH. Diante disso, percebo a responsabilidade que temos, de aproveitar essa oportunidade para dar visibilidade a nossa profissão e chamar atenção para a importância da existência da Psicologia, como ciência, na sociedade”, explicou. “O nosso trabalho é de extrema importância porque a Psicologia do trânsito integra as políticas de segurança do trânsito. Temos que ter ciência da responsabilidade e do impacto da nossa prática, na sociedade”, concluiu.

Patrícia apontou o posicionamento da categoria diante dos desafios que a Psicologia vem enfrentando na atual conjuntura política. “Temos que debater e dar visibilidade às nossas lutas, até porque a nossa união é fundamental para conseguirmos vitórias. Estamos numa guerra, mas estou muito positiva em relação a tudo porque estamos unidas”, afirmou.

Márcia falou sobre a necessidade de eficiência e rapidez que a categoria enfrenta na prática diariamente e apontou um caminho: “Ter um maior domínio sobre os nossos instrumentos (testes psicológicos) nos auxilia muito a realizar um melhor trabalho num tempo exíguo, que é o que nos exigem. Estar capacitado para esta função nos permite ter e transmitir a segurança necessária e apresentar um bom atendimento para a população”, argumentou.

OFICINAS

Ainda na parte da manhã, Márcia Aragão apresentou os diversos instrumentos aprovados pelo SATEPSI que podem ser utilizados no processo de Avaliação Psicológica para CNH, detalhou cada instrumento, sua aplicabilidade no contexto e destacou alguns aspectos relevantes.

A psicóloga explicou que “a avaliação psicológica é um processo estruturado, complexo, que envolve uma série de procedimentos confiáveis e sistematizados, que devem ser seguidos rigorosamente para que o resultado seja útil e confiável para o fim que se destina. A aplicação de testes nesse processo pode auxiliar de maneira significativa o profissional a elaborar um atestado mais consistente e completo, mas nunca deve ser a única técnica utilizada”.

IMG_9474A especialista ressaltou também a responsabilidade do profissional. “A escolha adequada de um instrumento ou estratégia é complexa e deve levar em conta os dados empíricos que justifiquem simultaneamente o propósito da avaliação associado aos contextos específicos. Quando o psicólogo escolhe um teste específico, é necessário que ele faça a leitura cuidadosa do manual e das pesquisas envolvidas na sua construção, para decidir se ele pode ou não ser utilizado na situação”, destacou.

Márcia também enfatizou a finalidade da avaliação psicológica no âmbito das políticas de segurança do trânsito, processo esse que também corre risco diante das últimas movimentações políticas que pretendem relativizar a importância de diversas regras de segurança. Segundo ela, mais do que nunca é preciso reforçar o compromisso da Psicologia com questões pertinentes a toda sociedade.

“O objetivo de uma avaliação psicologia no trânsito é a análise dos processos psicológicos na atividade de dirigir, avaliar os aspectos da personalidade e do comportamento relevantes para o processo, enfatizando a percepção e o processamento de informações, tomadas de decisão, avaliação, ponderação e julgamento, reação à situações e feedback do processo”, concluiu a psicóloga.

TARDE

Na parte da tarde, o evento continuou trazendo novos debates. As duas primeiras mesas foram “PL 3267/19 – Os impactos na prática da Psicologia do Trânsito” e “Aspectos relevantes da Resolução CFP 01/2019” ministrada pela psicóloga Patrícia Sandri.

A presidente da ABRAPSIT falou como é necessária a união da categoria para barrar os retrocessos que algumas medidas políticas podem vir a ter sobre a atuação da (o) psicóloga (o). O PL 3267/19, que pretende alterar o CTB (Código de Trânsito Brasileiro), propõe diversas alterações de regras relativas à segurança no trânsito e muda as práticas de saúde psicológicas e médicas no processo da CNH. Para ela, o PL “representa um forte retrocesso referente a conquistas advindas da elaboração do PLS 98/2015, que estabeleceu a obrigatoriedade da Avaliação Psicológica de todos os motoristas a partir da primeira habilitação”.

“Há cerca de três anos começamos contatos com o Congresso, por conta da revisão do Código de Trânsito, no qual defendemos a inclusão da avaliação psicológica periódica e a especialidade do trânsito como requisitos. Assim como vários parceiros da área, as conversas e encontros foram frequentes. Inclusive, antes das eleições passadas, ratificaram-nos mais uma vez que este ponto não oferecia resistências entre os parlamentares e eram outras questões que impediam a aprovação (do PLS 98/2015) até aquele momento”, contou.

“Nesta caminhada, temos vários parceiros estaduais e apoio irrestrito da Abramet, CFM e o CFP. Os conselhos médico e psicológico tem estado integralmente conosco em defesa da pauta da saúde no trânsito, o que tem nos dado uma força muito grande, já que aumenta nossa representatividade e tem nos aberto várias portas”, continuou.

E concluiu: “A defesa da ABRAPSIT tem focado em pautas simples que abarcam o nosso campo de atuação técnico científico: defesa irrestrita da Avaliação Psicológica compulsória e sistemática, ou seja, em todos os processos para fins de CNH, e dos profissionais peritos em Psicologia do Trânsito como prática regulamentada e reconhecida pelo Conselho Profissional. De modo mais amplo focamos na defesa da saúde no trânsito como forma de prevenção de acidentes, segurança nas vias e saúde psíquica e emocional de toda a sociedade que circula no espaço do trânsito e dele necessita”.

 IMG_9477ENTREVISTA E A ELABORAÇÃO DO ATESTADO PSICOLÓGICO

Encerrando o “Ciclo de Oficinas da Avaliação Psicológica para Carteira Nacional de Habilitação”, o Eixo de Mobilidade Humana, Inclusão e Acessibilidade da Comissão Regional de Direitos Humanos do CRP-RJ promoveu a mesa que debateu as “Resoluções CFP 01/2019 e 06/2019 – A entrevista e a elaboração do Atestado Psicológico”.

Fazendo a abertura, a conselheira do CRP-RJ Janaina Sant Anna questionou sobre a elaboração e funcionalidade das entrevistas e atestados e destacou a proposta da conversa, visando ao pensamento da construção desses documentos.

“Conversar sobre a entrevista e conversar sobre o atestado nos faz pensar na construção desses documentos. Que entrevista é essa que utilizamos? Qual é a funcionalidade dessa entrevista? Essa entrevista foi elaborada por você? Ela atende realmente a sua expectativa? A entrevista é um instrumento do psicólogo e ele precisa ter esse sentimento de elaboração, de pensar, de sistematizar esse documento, ele não pode ser feito por alguém ou algo, uma coisa que já venha estabelecida”, problematizou.

Citando sete princípios fundamentais do Código de Ética, Janaina salientou sobre a liberdade e a expansão necessária para a (o) psicóloga (o) no momento da elaboração da entrevista para concessão da CNH. “Vamos repensar isso, rediscutir esse documento, pensar um documento amplo com um modelo mais uniforme, que cada um possa expandir de acordo com a sua necessidade”, reforçou.

Ela também ressaltou a importância de transversalizar o tema “trânsito” com as diversas áreas da Psicologia, envolvendo outras áreas afins, ampliando o debate na abordagem “Transdisciplinar”, promovendo a intersetorialidade e fomentando políticas públicas que atendam às necessidades da sociedade.

Também compôs a mesa a psicóloga convidada, especialista em Avaliação Psicológica e Psicologia do Trânsito, Márcia Aragão, que comentou sobre algumas características relacionadas à elaboração do atestado, de laudos e pareceres, conforme a nova Resolução do CFP nº 006/2019.

“Tivemos uma resolução agora, em 2019, que deu uma modificada, uma mexida na parte dos documentos em que devemos estar trabalhando e entregando. Nessa resolução, foram adotadas algumas regras para a elaboração desses documentos escritos pelos psicólogos, sendo os mais comuns os laudos e os atestados”, anunciou.

 

 

 

 

 

 

 



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