Mesa 1 – História e Desenvolvimento da Psicologia do Trânsito no Brasil e ações do CFP nesse contexto
A primeira mesa teve a participação da vice-presidente da ABRAPSIT e diretora da federada Pernambuco, Juliana Guimarães, que festejou o crescimento das Associações Federadas à ABRAPSIT e citou a fundação da Federada Rio de Janeiro no ano passado, cuja presidente é a conselheira do CRP-RJ, Janaina Sant’Anna.
“A criação das Federadas era o nosso objetivo inicial, hoje nós temos 12 Federadas no Brasil”, revelou. “Com isso, temos avançado numa abrangência que eu digo que é histórica. O que vemos muito é a diferença do trabalho em cada estado na Avaliação Psicológica do processo de CNH, então as Federadas vêm dialogando com cada estado e isso vai nos tornando mais forte para a mudança e no alcance dos nossos objetivos”, afirmou.

Fabián Rueda
A mesa prosseguiu com a participação de Fabian Javier Marin Rueda, conselheiro do Conselho Federal de Psicologia, que logo reforçou a parceria entre o CFP e a ABRAPSIT. “Já havia um tempo que a Avaliação Psicológica e a Psicologia do trânsito não vinham tendo o cuidado e um olhar que está tendo nesses últimos anos, eu acho que isso se dá muito pela parceria do CFP com a ABRAPSIT”, disse.
“A maioria da população brasileira só tem contato com a psicóloga quando vai tirar sua habilitação. São vocês a cara da Psicologia e é importante afirmar isso”, frisou Fabian, abordando, em seguida, o desenvolvimento da Psicologia do Trânsito e as ações que o CFP vem desenvolvendo nesse contexto. “A Avaliação Psicológica é uma parte da Psicologia do Trânsito, que, por sua vez, é muito mais ampla”, destacou.
Fabian apontou quatro períodos históricos da Psicologia do Trânsito no Brasil. O primeiro período (1950-1980) mostra o crescimento da área e “a importância do papel que o estado do Rio de Janeiro teve historicamente na construção da nossa prática e da nossa profissão. O estado do Rio foi pioneiro na Psicologia do Trânsito em 1951 com Mira Y Lopes, no ISOP, e o DETRAN do RJ foi o primeiro a contratar psicólogos para avaliar condutores”, disse.
Conforme explicou o palestrante, o segundo período, de 1981 a 1997, foi marcado pelas críticas aos testes psicológicos. O terceiro, de 1998 a 2007, foi marcado pelo Código de Trânsito Brasileiro (CTB) e pela “mudança no conceito de psicotécnico para avaliação psicológica e que o trabalho desenvolvido pelo psicólogo na área constitui uma perícia”. O quarto período, de 2008 a 2018, representou a “consolidação do papel do psicólogo”.
Mesa II: Discussão das Resoluções CFP 09/2018, 01/2019 e 04/2019: Processo de construção e impactos no trabalho da (o) psicóloga (o)
Na segunda mesa, Fabian Javier explicou como funciona o processo de construção uma nova resolução do CFP e destacou a recente Resolução nº 009/2018, que teve seu processo derivado da antiga Resolução nº 002/2003, que “regia e dizia como o trabalho de avaliação psicológica deveria ser realizado”. Segundo Fabian, “a Resolução 002/2003 falava exclusivamente de teste psicológico, sendo todas as características que os testes precisavam ter para serem utilizados conforme critérios do SATEPSI – Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos. Em 2003 essa resolução era muito boa, mas já não se aplicava à nossa realidade”.

Juliana Guimarães
Ainda segundo o palestrante, a Resolução 009/2018 representa “a grande mudança inicial”, pois institui a troca do termo usado de “avaliação psicológica por perícia psicológica” no contexto do trânsito. “Não usamos mais o termo ‘avaliação psicológica’ para o trânsito, mas, sim, ‘perícia psicológica’. Perícia psicológica não é um tipo de avaliação? Sim, claro que é, mas é um tipo de avaliação para fins legais. No caso da perícia, eu já sei qual é a demanda e, nesse caso, eu não posso me negar a fazê-la, pois a perícia é uma avaliação psicológica para fins legais com o objetivo de responder a uma demanda específica. O resultado da perícia é sempre conclusivo, objetivo, sim ou não, pode ou não pode”.
Mesa III: Atuação da (o) Psicóloga (o) do Trânsito no contexto da CNH
Seguindo com o evento, Juliana Guimarães conduziu a mesa que debateu a atuação das (os) psicólogas (os) do trânsito no contexto da Carteira Nacional de Habilitação (CNH). A vice-presidente da ABRAPSIT alertou para o olhar da Psicologia para o candidato à CNH. Segundo ela, é preciso conhecer e avaliar o candidato de uma maneira geral. “Quando estou avaliando um candidato a condutor, eu me pergunto quem é esse sujeito que eu avalio, o que eu enxergo nesse sujeito que, nada mais é do que o ponto de atuação da Psicologia em qualquer área e contexto”, defendeu.
Após o término das mesas temáticas, foi aberta uma mesa de discussão para esclarecimentos de dúvidas e debates com o público. Compuseram a mesa Juliana Guimarães – ABRAPSIT, Márcia Anjos – DETRAN-RJ, Janaina Sant’Anna – CRP-RJ e ABRAPSIT RJ e Fabián Javier Marin Rueda – CFP.