*Trecho do samba-enredo 2019 da Mangueira, “História pra ninar gente grande”
A mulher brasileira desempenhou – e continua desempenhando – um papel central na construção cultural, social, histórica, econômica e política do nosso país. Apesar de invisibilizado pela narrativa histórica oficial, o protagonismo feminino fez-se presente desde quando, no Brasil Colonial, negras e índias resistiam com bravura à escravidão e ao domínio cultural e religioso europeu. A luta feminina continuou nos séculos seguintes em busca de igualdade de direitos, de representatividade política, de equidade salarial, de liberdade de gênero e do fim da cultura patriarcal que fermenta a intolerância, a discriminação e a violência contra a mulher.
Em consequência de seus deslocamentos, inquietações e disposições, as mulheres têm ganhado maior visibilidade nas últimas décadas, ocupando papeis de destaque no mundo profissional, na vida acadêmica, na esfera pública, nos movimentos sociais e sindicais, nos enfretamentos por direitos sexuais e reprodutivos e nas batalhas contra as diversas violências que atravessam seus corpos e colocam em risco suas vidas – especialmente as mulheres negras e trans.
Por isso, ser mulher no mundo de hoje é, antes de mais nada, um ato cotidiano de resistência, como bem demonstrou o aclamado samba-enredo deste ano da Estação Primeira de Mangueira, a grande campeã do carnaval carioca. Pois é preciso não se acovardar diante das diversas formas de assédio, opressão, silenciamento e violação que se vão impondo. É preciso perseverar na luta por espaços igualitários, gritar para que a voz feminina seja ouvida e respeitada, fortalecer a luta contra a violência e feminicídio e apostar na autonomia e na liberdade.
Esse deve ser o nosso grito nesse 8 de março, Dia Internacional da Mulher.
Mobilize-se para participar da Marcha 8M, que acontecerá em todo o País. No Rio de Janeiro, o ato ocorrerá hoje, 8 de março, na Candelária – Centro, às 18h.