Janeiro tem sido, recentemente, um mês onde se debate Saúde Mental e a valorização da atuação da Psicologia nesse campo. Fruto de uma mobilização de coletivos de psicólogas (os) de diversas regiões do Brasil, a iniciativa pretende dar ampla visibilidade junto à população brasileira sobre a importância do cuidado com a Saúde Mental.
A Saúde Mental é um campo multiprofissional e interdisciplinar, mas é certo que a Psicologia faz toda a diferença na área. A atuação da (o) psicóloga (o) é primordial não apenas no setor das psicoterapias como também em diversos outros espaços onde a inserção da clínica psicológica se faz necessária, tais como hospitais, Centros de Atenção Psicossocial, consultórios de/na rua, equipamentos públicos de Saúde e de acolhimento a sujeitos vítimas de violência ou violação, entre outros.
Porém, é oportuno lembrar que o cuidado e a atenção à Saúde Mental não se restringem apenas a questões ligadas ao apoio e à assistência psicoterapêutica ao sujeito em sofrimento psíquico. Neste delicado momento de naturalização da violência, do ódio e da intolerância, de fragmentação social, de banalização da morte e de recrudescimento da exclusão das diferenças, é preciso, com urgência, que a Psicologia brasileira amplie debates e estudos sobre como esse cenário de produção do medo, de incertezas e de angústia afeta os sujeitos.
A Psicologia e suas (seus) profissionais devem estar atentas (os), contribuindo para a efetivação plena da cidadania em nosso país, pois não é possível haver Saúde Mental onde os sujeitos não têm acesso à alimentação, à saúde, à educação, ao trabalho, à moradia, ao lazer e à cultura, entre outros. Liberdade, respeito, solidariedade e tolerância são elementos básicos para a garantia da Saúde Mental dos sujeitos.
Que ao longo do mês de janeiro, a categoria de psicólogas (os) esteja implicada num debate ampliado sobre Saúde Mental, que busque afiançar a potência e a criatividade da vida, problematizando as subjetividades a partir dos atravessamentos sociais, políticos, econômicos, históricos e culturais que as constituem.
Saúde Mental não combina com enclausuramento, opressão, preconceito e violência!