Marcos Jardim (ao microfone) palestra durante o evento

Com a presença do professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro Marcos Jardim e mediação de Diva Lúcia Conde (CRP 05/1448), conselheira-presidente do CRP-RJ, a mesa “As contribuições do ISOP para a Psicologia do Trabalho” encerrou as atividades da parte da manhã do Seminário “ISOP: Pioneiro da Psicologia”.

Marcos Jardim, especialista em Psicologia do Trabalho, pode dividir com o público presente sua análise sobre como o ISOP desempenhou um papel central no desenvolvimento desta área da Psicologia. “É importante entender que o ISOP foi uma instituição seminal na Psicologia aqui no Brasil. O ISOP foi a semente da Psicologia na América Latina e no Brasil. E a grandeza do ISOP nós temos que relacionar à grandeza do próprio Mira, uma pessoa que tinha o perfil de professor, pesquisador, tecnólogo e gestor”.

O professor da UFRJ destacou também a preponderância do ISOP na realização de pesquisas e na difusão de informações daquilo que era pesquisado, além de a instituição ter sido um marco na formação de quadros técnicos da Psicologia. “Havia muitos cursos de preparação e capacitação de pessoas. Essa formação de recursos humanos não era só através dos professores do ISOP, que também eram professores de cursos de pós-graduação. Esses recursos humanos também eram formados através de intercâmbio, pois o ISOP fazia parte de uma grande rede de instituições de Psicologia nacionais e internacionais. Tinha uma relação muito próxima com outras instituições de Psicologia no exterior”, pontuou Jardim.

Therezinha Albuquerque, Diva Conde e José Novaes (da esq. para dir.) marcam presença neste importante evento para a Psicologia

ISOP e Psicologia Escolar

 A primeira mesa da parte da tarde do evento debateu “As contribuições do ISOP para a Psicologia da Educação”. Mediada pela conselheira do CRP-RJ Giovanna Marafon (CRP 05/30781), a mesa contou com falas de Diva Conde, presidente do CRP-RJ, e Leila Machado Dupret (CRP 05/4117), psicóloga e professora da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.

Leila Dupret compartilhou com o público sua experiência como profissional que estudou no ISOP. “Eu cheguei no ISOP em 1981. Encontrei uma estrutura muito interessante porque ele era um instituto superior de orientação profissional e de pesquisa e contava com todo um aparato de gente boa, incluindo os professores e os técnicos que aqui trabalhavam”.

“Existiam três figuras de ponta da Psicologia no ISOP: Franco lo Presti Seminério, Antônio Gomes Pena e Eliezer Schneider. Era essa triangulação que sustentava o ISOP como referência não apenas teórica, mas também de ensino e pesquisa”, destacou Leila.

A psicóloga apontou alguns aspectos que, segundo ela, marcam a importância do ISOP para a área da Psicologia e da Educação. “O ISOP permitia o estreitamento da relação entre aulas e pesquisa. Eu não vejo isso com muita frequência atualmente. O ISOP fazia isso, algo que não tem valor para a educação”. Leila destacou também a importância do ISOP no campo das pesquisas. “O ISOP permitia ousar nas investigações e nas pesquisas. Essa ousadia é fundamental”, argumentou.

Giovanna Marafon (ao microfone) mediou debate com presença de Diva Conde (à esq.) e Leila Dupret.

Diva Conde ressaltou a importância do ISOP na formação de quadros profissionais para a Psicologia, especialmente a Psicologia Escolar. “O ISOP formou atores e atrizes para o campo da Psicologia antes mesmo dos cursos de graduação, como a Maria Helena Novaes, que, de alguma forma, matriciou a concepção de Psicologia Escolar em nosso país. É importante lembrar que a formação de Maria Helena Novaes é iminentemente no ISOP, isto é, uma formação que antecede os cursos de graduação”.

Para a conselheira-presidente do CRP-RJ, Mira y Lopez e o ISOP tiveram papel preponderante também nos estudos e pesquisas relacionados ao campo da orientação vocacional. Segundo ela, esse modelo de orientação vocacional difundido pelo ISOP e pautado na aplicação de testes e avaliações ainda hoje está vigente no Brasil.

Diva sublinhou, ainda, o papel do ISOP no fortalecimento da Psicologia como ciência em nosso país. Conforme destacou, com o ISOP, “a Psicologia tomou tal força que passou a ter reconhecimento da sociedade brasileira, inclusive no campo da Educação”.

Veja aqui a parte final da cobertura do evento.