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Em entrevista ao CRP-RJ, José Novaes fala sobre a importância do ISOP e de Emilio Mira y Lopez para a Psicologia brasileira


Data de Publicação: 18 de agosto de 2017


José Novaes (CRP 05/980) é psicólogo, professor aposentado da Universidade Federal Fluminense e, por três gestões (2004-2007, 2007-2010 e 2013-2016), foi o conselheiro-presidente do CRP-RJ. O que poucos sabem, porém, é que Novaes trabalhou no Instituto de Seleção e Orientação Profissional (ISOP), fundado em 1947 pelo psiquiatra cubano-espanhol Emílio Mira y Lopez.

Mesmo não tendo conhecido o psiquiatra pessoalmente – ele havia falecido no ano anterior à sua entrada no ISOP –, Novaes fala, nesta entrevista ao CRP-RJ, sobre a importância do Instituto e da figura de Mira y Lopez no desenvolvimento da Psicologia como ciência e profissão no Brasil.

Confira abaixo a íntegra da entrevista!

O ISOP teve grande importância para a construção da Psicologia brasileira. Fale um pouco, por favor, sobre isso.

NOVAES: Apesar de, como seu nome sugere, o ISOP se dirigir a uma determinada área da Psicologia, que naquela época era chamada de Psicologia Industrial, ele não se limitava a isso, quer dizer, à seleção e orientação profissional. Ele prestava também trabalhos de orientação clínica, embora isso não fosse central na sua atuação dele, e fazia pesquisas.

Como você começou a atuar no ISOP?

 NOVAES: Quando eu entrei no ISOP, em 1965, eu não era psicólogo; eu tinha feito o curso de Filosofia na antiga Universidade do Brasil, hoje, UFRJ. Eu entrei como aplicador de testes e foi lá que eu aprendi a aplicar e interpretar o PMK com a orientação da viúva do Mira y Lopes, que era chefe do setor.

Nessa época a Psicologia estava recém regulamentada?

NOVAES: Sim, a regulamentação da profissão foi em 1962, três anos antes. Mas esse tipo de situação ainda acontecia, pois a profissão estava ainda se organizando, se estruturando. Inclusive os cursos de Psicologia, com exceção da PUC, começaram a ser criados depois da regulamentação. Enfim, aquele era ainda um momento inicial da profissão, em que as normatizações e regulações estavam sendo construídas e implementadas. Então, você vê, por aí, pela minha experiência pessoal, a importância do ISOP na construção da Psicologia e na formação de seus quadros.

Você decidiu fazer Psicologia depois de trabalhar no ISOP?

NOVAES: Foi. Tanto que iniciei o curso de Psicologia em 1969. Até porque os diretores e chefias – o professor Franco Seminério, que foi diretor durante muito tempo, Alice Galland de Mira y Lopez, viúva do Mira y Lopez, e outros funcionários – insistam comigo, me incentivavam a fazer Psicologia. E aí iniciei o curso de Psicologia. Eu terminei a graduação em 1974 e em 1975 me inscrevi no CRP.

Fale um pouco, por favor, sobre o PMK.

NOVAES: O PMK é um teste de personalidade criado pelo Mira y Lopes. PMK significa “Psicodiagnóstico Miocinético”. Ele é um diagnóstico psicológico da personalidade através de movimentos musculares. É um teste expressivo, ou seja, baseado no comportamento motor. Ainda hoje ele continua sendo utilizado.

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