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CRP-RJ apoiou Ciclo de Palestras sobre a luta das mulheres


Data de Publicação: 20 de abril de 2017


psicologia e resistenciaEm meados de março ocorreu o Ciclo de Palestras Psicologia e Resistência: a luta das mulheres. Através de um esforço conjunto entre as universidades UFF, FAMATH e Universo em parceria com o CRP-RJ, vários debates abordaram as conquistas e desafios das mulheres nos últimos e para os próximos anos. A atividade foi coordenada pela conselheira do CRP-Rj e professora da UFF, Paula Land Curi (CRP 05/20409), por meio do projeto “Por que também temos que falar de violência?” (UFF/PROEX/IPSi/SPA).

Ao todo foram realizadas dezesseis palestras com especialistas sobre o tema, e as apresentações contaram com a presença de aproximadamente mil pessoas nos quatro dias de atividades. Psicólogas (os), ativistas, antropólogas (os), cientistas sociais, dentre outros, abordaram temas como aborto, prostituição, violência sexual e a questão LGBT.

De acordo com a coordenadora do projeto, as realizações não são apenas uma simples comemoração ao Dia Internacional da Mulher mas também dias de ativismo voltados a dar visibilidade e ênfase às suas lutas. Levando em consideração que na psicologia a maioria das profissionais são mulheres, a parceria com o CRP-RJ foi de fundamental relevância.

“Precisávamos não só discutir as várias temáticas que atravessam as mulheres em nossa sociedade. Urgia também inserir a luta das mulheres na formação em psicologia e, consequentemente, no dia a dia de profissionais que, aprisionadas nas formas aprendidas na academia de se fazer ciência, ainda apostam na suposta neutralidade científica e em processos psíquicos que se dão a despeito daquilo que se dá na polis”, afirmou a conselheira Paula Curi.

Segundo uma das palestrantes, a doutora em psicanálise pela UERJ, Nympha do Amaral (CRP 05/08453), que participou da mesa Psicanálise com feminismo: uma forma de resistir, é importante revisitar grandes autores como Lacan e Freud para entender melhor a posição da mulher na sociedade. Apesar de revolucionárias e libertárias as obras desses pensadores, ambas apontam um lugar à mulher na psicanálise.

“Não se trata na psicanálise, na política ou na vida de eliminar ou reduzir as diferenças entre um homem e uma mulher. Mas trata-se de buscar onde pode a psicanálise nos amparar para romper com a opressiva hierarquia que já historicamente e socialmente faz o masculino se sobrepujar ao feminino por razões quase essencialistas”, afirmou.

O ciclo de palestra reuniu saberes de várias áreas e estimulou o diálogo com estudantes e participantes visando enaltecer propósitos, entraves e enfrentamentos que ainda se fazem necessários para a construção de uma sociedade mais igualitária e justa. Desde o século XIX as mulheres vêm reivindicando e lutando por direitos sociais, políticos e trabalhistas, dentre outros.

“Avançamos em algumas de nossas pautas, hoje até ocupamos lugares antes impensáveis, mas ainda temos muito a caminhar. Por isso, fez-se fundamental nos organizarmos para dialogar sobre aquilo que está no âmago de nossos embates e combates. Afinal, não podemos esquecer que vivemos em uma sociedade construída em torno de três pilares (patriarcalismo, escravagismo, cristianismo) que definem e colocam a mulher em determinados lugares e papéis sociais”, ressaltou Curi.



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