O Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, celebrado em 21 de janeiro, nos lembra a inquestionável urgência de reafirmamos a laicidade como princípio ético básico para nossa atuação profissional como psicólogas (os), independente do espaço social onde estejamos inseridas (os).
Defender a laicidade significa, antes de mais nada, lutar pela liberdade de crer ou não crer e, portanto, de poder expressar e praticar livremente a sua crença / não crença. A Psicologia, nunca é demais lembrar, é uma ciência laica cuja atuação deve estar pautada para a garantia da saúde mental do sujeito em todos os seus atravessamentos sociais, culturais, políticos e religiosos.
Nesse sentido, o Sistema Conselhos de Psicologia vem tratando a temática da Psicologia e Laicidade aliada e comprometida com a política de defesa dos Direitos Humanos. Desde o 8º Congresso Nacional da Psicologia (CNP), em 2013, psicólogas (os) de todo o país vem manifestando a necessidade da criação de espaços para discutir religião, espiritualidade e saberes tradicionais de forma crítica aos fundamentalismos que surgem em determinados segmentos religiosos e permeiam importantes debates políticos e culturais em nosso país.
Por isso, defendemos a Laicidade do Estado brasileiro como princípio político básico para garantir a democracia em nosso país. Da mesma forma, defendemos a laicidade como princípio ético básico para garantir uma prática profissional que acolha as diferenças e promova a potência das singularidades.
Por uma sociedade que respeite a diversidade de credos!
Sobre a data
Em 1949, Bahá’lláh, um árabe nascido no Irã, por meio da Assembleia Espiritual Nacional, criaria o Dia Mundial da Religião, no intuito de promover a união de todas as confissões religiosas existentes. Com isso, 21 de janeiro passou a ser um dia comemorativo, bem como uma marca de resistência e clamor por um mundo mais tolerante com a diversidade de credos.
E em 27 de dezembro de 2007, no Brasil, por Lei Federal 11.635/07, seria instituído o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, muito devido a casos de perseguição e preconceito religioso vigentes em determinados setores da sociedade, que se caracterizavam como manifestações de total intolerância para com a infinidade e diversidade de credos presentes na cultura brasileira.