auto_awesome

Noticias






Encontro de psicólogas (os) do Trânsito acontece no CRP-RJ


Data de Publicação: 12 de julho de 2016


A última edição do “Dialogando com CRP-RJ” teve como tema “2º Encontro de Psicólogos do Trânsito do Rio de Janeiro: discutindo demandas, perspectivas e encaminhamentos” e aconteceu no dia 2 de julho, das 9h às 14h, no auditório da sede do CRP-RJ, na Tijuca.

O objetivo desse encontro foi promover uma discussão sobre a prática profissional nos contextos do Trânsito e Mobilidade Humana. A proposta atende à  demanda da categoria para refletir sobre as inquietações inerentes ao fazer da Psicologia neste contexto, problematizando o futuro dessa atuação.

Foram abordadas questões éticas, técnicas e perspectivas de mudanças, tendo a presença da conselheira-presidente do CRP-RJ, Janne Calhau Mourão (CRP 05/1608), do conselheiro-presidente da Comissão de Orientação e Fiscalização (COF) do CRP-RJ, Juraci Brito da Silva (CRP 05/28409), da chefe do serviço de Psicologia do DETRAN RJ, Márcia Regina Baptista dos Anjos (CRP 05/10238), do presidente do Sindicato dos Psicólogos (SINDPSI), Marinaldo Silva Santos (CRP 05/5057) e de Janaina Sant’Anna (CRP 05/17875), conselheira-coordenadora do Eixo Mobilidade Humana, Inclusão e Acessibilidade da Comissão Regional de Direitos Humanos (CRDH) do CRP-RJ.

A atividade, promovida pelo Eixo de Mobilidade Humana, Inclusão e Acessibilidade da CRDH, iniciou com a fala de Janne Calhau. Segundo ela, “a avaliação dos motoristas tem que ser problematizada e ser discutida a partir da questão da acessibilidade e do direito à cidade. Temos que pensar que o carro traz uma letalidade quase como a de uma arma, e, nesse sentido, é preciso que essa avaliação seja realizada de uma forma a pensar em um contexto mais geral de mobilidade. Por isso, essa é uma pauta relacionada aos Direitos Humanos, pois devemos ter esse olhar mais abrangente”.atransito

Janaína, que mediou o debate, também falou de uma prática mais abrangente no contexto do Trânsito. “Encarceramos a Psicologia do Trânsito na carteira de habilitação, pois ficamos presos à avaliação psicológica para fins de CNH (Carteira Nacional de Habilitação). Vivemos há 75 anos com a Psicologia do Trânsito presa nesse contexto. Temos que pensar em mobilidade humana, em políticas públicas que atendam às reais necessidades da sociedade e garantam o atendimento psicológico das vítimas de trânsito pelo SUS”.

Já a chefe do serviço de Psicologia do DETRAN, Márcia Anjos, focou sua fala na Avaliação Psicológica, baseada na sua experiência e na sua atuação. “Quando falamos em Psicologia do Trânsito, todos já pensam ‘no automático’, nas psicólogas que atuam nas clínicas e que fazem a avaliação para CNH do Detran. Mas, na nossa atuação, temos que pensar bem além disso. Do ponto de vista da avaliação, temos que valorizar a entrevista, uma etapa importantíssima, seguindo as orientações dos manuais dos testes que utilizamos e as determinações da Resolução 425 de 2012, que é bem específica inclusive com relação às instalações para nossa atuação”.

Juraci fez uma explanação sobre a atuação da COF nessa área da Psicologia. “A nossa gestão preza muito pela parte da orientação, não só pela fiscalização, pois entendemos que bem orientado o profissional diminui a chance de erro. Nós acabamos de voltar do CNP (Congresso Nacional de Psicologia) e vimos muitas propostas da Psicologia do Trânsito. A nossa proposta é que vocês que atuam nessa área continuem se mobilizando e se organizando. Claro que temos que nos preocupar com as condições de trabalho, mas temos também que ter propostas e discussões concretas para modificar a realidade da atuação”, concluiu o psicólogo.

Por fim, Marinaldo falou sobre a parceria do SINDPSI com o CRP-RJ e dos frutos positivos que isso tem trazido para a categoria. “Temos trabalhado bastante nessa aproximação, e a parceria do Sindicato com o Conselho tem nos permitido ir a lugares em todos o estado, como Campos, por exemplo, onde fizemos um encontro que resultou em orientação e vários processos trabalhistas favoráveis aos profissionais. Também estamos fazendo pressão junto ao Detran, no caso específico da Psicologia do Trânsito, para concurso para peritos psicólogos. Ou seja, o Sindicato está querendo sempre estabelecer novos diálogos para novas conquistas para os profissionais”.

Ao final das apresentações foi aberto para debate entre todos os presentes, o que resultou em algumas propostas e encaminhamentos, dentre as quais a sugestão de mediação, por parte do Sindicato, na relação entre as clínicas e os psicólogos que atuam junto ao Detran e à Vigilância Sanitária, o que tem criado diversos problemas de fiscalização por não haver entendimento sobre a diferença entre clínica de avaliação psicológica para o Detran e clínica de atendimento médico.

Foi definido também o local para o 3º encontro entre o CRP-RJ e as (os) psicólogas (os) do Trânsito, que acontecerá em setembro em Niterói com a proposta de realizar uma reunião técnica para discutir a prática profissional na avaliação psicológica para fins da CNH.

 

 



atransito-1024x683.jpg