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Aos Diegos e Luanas


Data de Publicação: 6 de julho de 2016


Nota de Repúdio da Comissão Regional de Direitos Humanos do CRP-RJ à violência contra a população negra e LGBT

É difícil definirmos o que sentimos face à noticia de mais uma morte que nos leva a perguntar  – até quando?!

Até quando Luanas, mães, lésbicas, negras e da periferia, com ou sem passagem pela polícia, serão espancadas por PMs até à morte?

Até quando moças de 16 anos serão dopadas, violentadas por dezenas de homens e terão as fotos do estupro espalhadas pela internet e divulgadas como um grande feito?

Até quando crianças serão assassinadas por balas nada perdidas, mas totalmente direcionadas?

Até quando Diegos, nascidos no norte ou nordeste, negros, gays e cotistas, serão encontrados mortos após sevícias; ou mulheres serão estupradas nos arredores das universidades em que estudam?

Até quando mortes previamente anunciadas pela repetição, naturalização e banalização de veiculação de mensagens de ódio, ameaças à integridade física contra estudantes de grupos de minoria política/discriminados continuarão acontecendo?genocidio

Até quando continuarão frequentes as queixas dos alunos sobre as autoridades universitárias e policiais que não têm dado a devida atenção aos pedidos de investigação da origem dessas expressões de ódio e intolerância, pichadas nas paredes dos banheiros e dos muros?

À nossa frente desfilam macabramente os inúmeros casos ocorridos nesse cotidiano de intolerância, de desrespeito à dignidade humana. Este é mais um ser humano desumanizado pelas subjetividades fascistas que o consideraram matável; que o consideraram sem direito de compartilhar o mesmo espaço universitário com aquelas subjetividades que querem excluir os que não pertencem à norma sócio-somática dominante. Diego não pertencia.

O Conselho Regional de Psicologia do Rio de Janeiro, por meio de sua Comissão de Direitos Humanos, mais uma vez vem a público manifestar repúdio a mais um ato de violência contra a população negra e comunidade LGBT, marcando sua solidariedade à família enlutada e exigindo das autoridades policiais o devido esforço para elucidar o crime e responsabilizar os perpetrantes.

Fazemos também um alerta para que a Reitoria e demais instâncias de gestão das universidades do estado se empenhem no combate às práticas de cunho racista, homo/lesbo/transfóbicas, machistas e similares, por meio da acolhida, apoio e encaminhamento das denúncias de violação de direitos dos estudantes e demais membros da comunidade universitária em geral.

DIEGO VIEIRA MACHADO, MAIS UM SER HUMANO CUJA VIDA FOI CEIFADA PRECOCEMENTE PELA INTOLERÂNCIA – PRESENTE!



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