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Veja como foi o último dia do II Seminário Psicologia nas Escolas


Data de Publicação: 1 de julho de 2016


O 2º dia do II Seminário Psicologia nas Escolas: “Psicopedagogia com que Psicologia?”, que aconteceu na UNIRIO nos dias 24 e 25 de junho, teve início com a atividade “Partilhando experiências em Psicopedagogia e em Psicologia Escolar/ Educacional”.

Nessa atividade, as (os) participantes dividiram-se em três grupos de trabalho, correspondentes aos três eixos temáticos do evento, para debater a prática cotidiana da Psicologia Escolar e Educacional e compartilhar experiências na área.

educ 1Os eixos temáticos do evento foram: Eixo1 – “Psicopedagogia e Formação: Que lugar a psicopedagogia tem ocupado no desenho curricular da formação de psicólogos e professores?”; Eixo2 – “Psicopedagogia e Fracasso Escolar: Qual é o especialista convocado para atuar nesta cena? Que explicações estão sendo produzidas para as dificuldades escolares?”; e Eixo3 – “Psicopedagogia e Psicologia Escolar: tensões e aproximações”.

Cada grupo de trabalho elegeu um relator que, durante o painel final que encerrou o evento, apresentou a todas (os) as (os) participantes as principais discussões travadas pelo grupo. O painel final foi coordenado pela professora do Instituto Nacional de Educação de Surdos Aline Lage, também colaboradora da COMPSIEDUC.

Mesa de debates

Antes do painel final que encerrou o evento, as (os) participantes assistiram à ultima mesa de debates, com temática “Estratégias clínicas e intervenções em processos de aprendizagens”.
Mediada pela psicóloga e professora da UFRRJ Fernanda Canavêz, a mesa contou com a psicóloga argentina Gisela Untoiglich, do Fórum Infâncias da Universidad de Buenos Aires, Sarah Lemes de Almeida, psicóloga da Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal, e Nira Kaufman (CRP 05/41931), psicóloga e membro da COMPSIEDUC.

Nira centrou sua fala nos impasses e desafios referentes à atuação da (o) mediador (a) escolar no espaço da escola, abordando as direções que têm sido tomadas na criação de estratégias para essa inclusão dos alunos.

Conforme explicou, “o mediador é um profissional convocado para acompanhar um aluno em situação de inclusão na escola, podendo atuar em quaisquer espaços da instituição em que se fizer necessário um apoio. As intervenções desse profissional se dão no sentido de tornar o espaço da escola mais inclusivo e auxiliar nos processos de aprendizado do aluno”.

Ela defendeu também que “as dificuldade e as barreiras para o aprendizado do aluno em situação de inclusão não estão no aluno em si, mas se dão nas relações estabelecidas dentro da escola. É preciso potencializar as singularidades, as habilidades e os interesses desses alunos em situação de inclusão, não focar apenas nas suas dificuldades”.

Sarah compartilhou com as (os) presentes sua experiência como psicóloga da Secretaria de Educação do Distrito Federal, onde, ao contrário do que acontece na maior parte dos estados brasileiros, as (os) psicólogas (os) ficam lotadas (os) nas escolas, atuando diretamente nesse espaço.

“Nossa atuação institucional”, destacou Sarah, “se dá em caráter preventivo e interventivo. Preventivo na perspectiva de escapar de um olhar que individualiza e culpabiliza a criança pelo não aprendizado. Interventivo porque nosso foco é como a criança aprende, não por que ela não aprende”.

educ 2Ainda de acordo com a psicóloga, “é difícil pensar uma atuação crítica na escola quando o que ainda esperam de nós é uma intervenção individualizante com a criança que não aprende ou não se comporta. O que se espera de nós ainda é uma intervenção que vá consertar o sujeito e devolvê-lo ‘santo’ para a sala de aula”.

A última palestrante da mesa foi Gisela, que iniciou sua fala problematizando a função da escola em nossa sociedade. “Precisamos problematizar a função da escola. Eu acho que a escola tem que ajudar a produzir subjetividades a partir não da difusão do conhecimento, mas da construção desse conhecimento. Também não podemos pensar a educação como se o professor fosse um cérebro que ensina seus alunos, que são outros cérebros. Precisamos pensar a educação como um encontro entre o aluno e o professor, entre o aluno e a escola”, defendeu.

A psicóloga argentina criticou duramente o uso indiscriminado de diagnósticos como ferramentas supostamente fundamentais no processo psicopedagógico de combate ao fracasso escolar. “Para fazer um diagnóstico, você tem que aprofundar, você tem que ouvir o sujeito. Não dá para fazer diagnóstico a partir de um simples questionário. O problema não é da criança, é do sistema. Precisamos trabalhar, então, sobre esse sistema”.

Gisela relatou também o caso de um grupo de crianças diagnosticadas com TDAH e que tinham um histórico de violência e abuso familiar. “Essas crianças muitas vezes são medicadas por quase metade das suas vidas. Então, elas são violentadas duplamente: tanto pela violência familiar quanto pela violência da medicina, que não as escuta e as medica para ficarem quietinhas. Quietinhas para quê? Para receber mais violência, não?”.

Veja também:

Disponíveis os certificados on-line de participação no II Seminário Psicologia nas Escolas

 



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