O CRP-RJ marcou presença no VI Congresso da União Latino-Americana de Entidades de Psicologia (ULAPSI), que congrega instituições de Psicologia de 18 países latino-americanos, ocorrido em Buenos Aires (Argentina) entre 8 e 11 de junho.
O CRP-RJ foi representado por seu conselheiro-tesoureiro Alexandre Trzan Ávila (CRP 05/35809), que participou de assembleias deliberativas da ULAPSI e apresentou o Simpósio “Saúde Mental e Direitos Humanos: desafios da Luta Antimanicomial na América Latina”. O simpósio teve participação também de Elisa Zaneratto, conselheira-presidente do CRP-SP, e Ximena Lozano da Cátedra Libre Martín Baró, psicóloga colombiana.
A mesa debateu inicialmente a história da Reforma Psiquiátrica no Brasil, cujo início foi pautado pelas (os) usuárias (os) e trabalhadoras (es) de Saúde Mental, e que avançou contra os abusos e violência a essas (es) usuárias (os) e ampliou a garantia da cidadania desses sujeitos.
Outro aspecto abordado pela mesa foi o compromisso da perspectiva antimanicomial em desvelar os determinantes sociais e históricos constitutivos das experiências de sofrimento psíquico de modo que se possa desnaturalizar a ideia de patologia mental, garantindo a igualdade pautada no respeito à diversidade.
Segundo Trzan, “os manicômios brasileiros apresentavam um cenário não muito diferente de muitos países latino-americanos, nos quais a ineficácia e ineficiência corroborava para o agravamento dos quadros clínicos”.
Ainda segundo o psicólogo, “nesse cenário, as instituições buscavam o ‘controle’ da periculosidade do dito ‘louco’. Esta realidade era pautada em uma lógica baseada no capital e no lucro que se materializava em práticas de internações prolongadas, corrupção e, acima de tudo, violações de direitos humanos”.
Por fim, a mesa apontou que deve prevalecer uma aposta pela transformação social por meio das políticas sociais e das respostas ofertadas pelo Estado e pela sociedade. “Os avanços conquistados devem ser mantidos, mesmo com a crise da democracia nos países latino-americanos na atualidade”, concluiu Trzan.