O CRP-RJ, por meio do Eixo Psicologia e Diversidade Sexual e de Gênero da sua Comissão Regional de Direitos Humanos, manifesta repúdio ao massacre ocorrido em uma boate gay da cidade de Orlando (EUA) no dia 12 de junho, que resultou na morte de cerca de cinquenta pessoas.
Segundo alguns relatos, o ato foi cometido por alguém que dizia “odiar homossexuais”. Esta ação bárbara soma-se a outras, fruto de discriminação e preconceito que vêm ocorrendo em todo o mundo. Os discursos que temos presenciado a cada dia, feitos por segmentos reacionários e fundamentalistas, alimentam o ódio e a intolerância gratuita contra grupos que lutam por garantias de direitos. Estas falas reforçam o “amolar de facas”* daqueles que se acham no direto de violar e matar pessoas por diferença ao instituído como hegemônico.
Segundo Boaventura Santos, “o grau máximo da exclusão é o extermínio” ** e é nesta circunstância que vemos a cada dia crescer a violência contra pessoas em função de lesbofobia, homofobia e transfobias, bem como a outras populações politicamente minorizadas, no Brasil e no mundo.
É bom lembrar que os chamados crimes de ódio vêm aumentando consideravelmente no país, tanto quanto o descuido e a exclusão, que somados à inexistência ou suspensão de políticas públicas direcionadas à prevenção e à proteção de vulnerabilidades, ameaçam as minorias discriminadas em razão de diferenças, inclusive as diversidades sexuais e de gênero.
O CRP-RJ manifesta seu total repúdio a qualquer forma de violência a pessoas em função da sua singularidade e reafirma seu compromisso ético com a construção coletiva de garantias de direitos democráticos, de liberdade, de equidade e de respeito às diferenças que compõem o caleidoscópio social.
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(*)BAPTISTA, Luiz Antonio. “A atriz, o padre e a psicanalista – os amoladores de facas”. In: Cidade dos Sábios. São Paulo: Summus. 1999.
(**) SANTOS, B.S. Se Deus fosse um ativista dos direitos humanos. Rio de Janeiro: Cortez, 2013.