O Fórum das Entidades de Psicologia Catarinense (FEPSIC), o curso de Psicologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e o Conselho Regional de Psicologia do Rio Grande do Sul realizaram, nos dias 11 a 13 de novembro, o II Congresso Catarinense Psicologia Ciência e Profissão: “Sociedade Contemporânea e Produção de Subjetividade”.
O evento, que ocupou a UFSC, teve como palestrante o psicólogo e conselheiro do CRP-RJ Alexandre Trzan Ávila (CRP 05/35809) para a mesa redonda “Por uma Ética na Saúde Suplementar”, que também foi composta por representantes do Conselho Regional de Psicologia do Rio Grande do Sul e a psicóloga Rosane Granzotto, da FEPSIC.
A mesa teve como objetivo analisar e debater a relação de trabalho entre as operadoras de planos de saúde e as (os) psicólogas (os) catarinenses a partir de parâmetros éticos e técnicos da profissão.
Alexandre Trzan abordou as questões referentes ao encaminhamento médico necessário para que a (o) psicóloga (o) possa realizar sua prática clínica para as operadoras de saúde, o que configura o “Ato Médico” na prática. Ele criticou, portanto, toda forma de subordinação e hierarquia do saber médico sobre as demais profissões de saúde via leis e regulamentações.
“A necessidade de diagnósticos conforme as premissas do CID-10 novamente coloca o saber médico pautando as relações. O número de atendimentos regulamentados pela ANS, o tempo de duração das sessões, o valor dos honorários, a ausência de contratos entre as partes e os problemas decorrentes, e, acima de tudo, a crítica aos modelos hospitalocêntricos, medicalizantes, privatistas, pautados na doença e não na prevenção e, por fim, pautados nas regras do capitalismo e do lucro, que muitas vezes vão na contramão do fortalecimento do SUS e das premissas da Reforma Psiquiátrica, são grandes obstáculos que precisam ser debatidos”, afirmou.
Representantes do Conselho Regional de Psicologia do Rio Grande do Sul e a psicóloga Rosane Granzotto apresentaram os dados e informações obtidos na pesquisa sobre Saúde Suplementar em seus estados, respectivamente, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
Após as apresentações houve um amplo debate com importantes reflexões críticas sobre a atuação da (o) psicóloga (o) neste cenário e, por fim, quatro propostas foram elaboradas e serão encaminhadas para um dos Pré-Congressos Regionais de Psicologia que serão realizados em Santa Catarina no ano de 2016.
Dezembro de 2015
