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Roda de conversa é realizada no dia da (o) Psicóloga (o) no CRP-RJ


Data de Publicação: 2 de setembro de 2015


SET2115_01 Na noite de quinta-feira, 27 de agosto, no Dia da (o) Psicóloga (o), ocorreu na sede do Conselho Regional de Psicologia do Rio de Janeiro (CRP-RJ), na Tijuca, a Roda de Conversa: ‘O que a CRDH tem a ver com essa tal de Articulação Nacional de Psicólogas(os) Negras(os) e Pesquisadoras(es) (ANPSINEP)?’.

A Conselheira Janne Calhau Mourão (CRP 05/1608), presidente da CRDH – Comissão Regional de Direitos Humanos do CRP-RJ – e a Conselheira Maria da Conceição Nascimento (CRP 05/26929), Coordenadora do Eixo Psicologia e Relações Raciais da CRDH, falaram sobre a importância de a Psicologia abordar os temas referentes à questão racial, e da falta que este tema faz dentro dos cursos de Psicologia.

No bate papo, foi questionado como a universidade tem formado o pensamento dentro da psicologia, pois segundo os profissionais e estudantes presentes no debate, todo arcabouço teórico da psicologia é branco, ou seja, é eurocêntrico. Para Conceição, há uma necessidade de se discutir como cada um aqui aprendeu a pensar, pois de acordo com ela, sempre foi pelo olhar europeu, um olhar ainda hegemônico, “a forma de entender e ver o mundo dos nossos antepassados nos foi sequestrada, um dos caminhos é a gente começar a descolonizar o nosso pensamento e buscar referenciais teóricos que nos possibilite pensar uma psicologia comprometida com o enfrentamento do racismo”.SET2115_02

Ainda de acordo com a psicóloga Conceição, quando se discute raça, o foco é sempre o negro e o índio, o branco não se vê como sujeito racializado. Daí que é também necessário discutir a questão da branquitude, ou seja, como se deu e se dá a construção do ser branco na sociedade brasileira. Quando se fala em racismo se apontam dois grupos: negros e índios, aos quais foram impostos valores, crenças e costumes brancos, europeus. Estes, sim, tomados como referenciais de humanidade, não se envolvem como parte do processo. Precisamos caminhar no sentido de entender que esta não é uma questão apenas do negro e do índio, mas uma questão de todos”, completou.

No debate, foi colocado o próprio histórico de colonização do Brasil, “pensando o Brasil, não fomos nós que começamos o problema, passaram a dizer que nós éramos o problema. Daí, vem o processo de higienização das cidades que se consolida a partir do final do século XIX, e as diferentes formas de criminalização das lutas dos setores populares”. Diante de tantos apontamentos, no final do debate foi proposto que este seja um tema cada vez mais presente dentro do sistema conselhos, pois toda e categoria das/os psicólogas/os deve ter o compromisso de assumir a questão racial como sua, já que ela atravessa toda a sociedade.

 

Setembro de 2015



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