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Conferência de Jurandir Freire encerra atividades do 1º dia da 9ª Mostra


Data de Publicação: 31 de julho de 2015


Com auditório da Universidade Veiga de Almeida lotado, o psiquiatra, professor titular aposentado e pesquisador visitante do Instituto de Medicina Social da UERJ e psicanalista do Círculo Psicanalítico do Rio de Janeiro, Jurandir Freire Costa, encerrou as atividades do primeiro dia da 9ª Mostra Regional de Práticas em Psicologia com a conferência “Liberdade como escolha moral”.

JUL3115d_01Iniciando a conferência, Jurandir afirmou que utilizaria sua fala para, entre outras coisas, celebrar o aniversário de 60 anos de textos que considera extremamente importantes. São eles: “Freud, pensamento e humanismo” e “O triunfo da terapêutica”, do norte-americano Philip Rieff, e “Eros e civilização” e “Homem unidimensional”, do alemão nacionalizado norte-americano Herbert Marcuse. A partir de uma breve exposição das ideias e conceitos desses textos, o psiquiatra fomentou a reflexão a respeito da liberdade nos tempos atuais.

“A liberdade é, sem dúvida, algo absolutamente essencial”, destacou o conferencista, “mas nós temos de olhar para ela de certa maneira com reticências. Liberdade não pode se tornar um fetiche. Por isso, eu não estou aqui pregando totalitarismo, escravidão nem subordinação de ninguém a ninguém. Estou alertando para o fato de a liberdade poder se tornar um fetiche, algo que se esvazia de significação e se passa a manipulá-la ao bel-prazer de alguém, de acordo com seus interesses particulares”.

Jurandir destacou também que “liberdade é uma prática social que está sujeita ao contexto cultural”. Segundo ele, liberdade “é algo que tem de ser discutido; ela é uma experimentação, é uma liberdade que vai e vem, uma liberdade que eu vou fazer e, daqui a três anos, eu vou rever não de forma narcísica, mas com a ajuda do outro”.

“Quando alguma coisa tem um preço, pode-se pôr, em vez dela, qualquer outra coisa equivalente, mas, quando uma coisa está acima de todo e qualquer preço, e, portanto, não permite equivalente, então ela tem dignidade. Dignidade é aquilo que não tem preço; é ser algo singular e que não tenha equivalente. É ser uma coisa que eu não possa, a meu bel-prazer, definir quais são as condições de realização”, defendeu.

Jurandir finalizou ponderando que “liberdade é algo que eu posso fetichizar, mas dignidade é algo que só existe quando existem dois. Liberdade é de um, dignidade é de pelo menos dois. Eu diria, então, que qualquer forma de viver, pensar e desejar pode ser digna desde que assegure o mesmo direito, o mesmo respeito ao diferente, ao estrangeiro, ao novo. Dignidade é algo universal que a cada surgimento singular se refaz”.JUL3115d_02

Após a fala de Jurandir, houve um debate com os participantes e, a seguir, houve o lançamento de livros e coquetel.

9ª Mostra Regional de Práticas em Psicologia teve início na tarde desta quinta-feira, 30 de julho, na Universidade Veiga de Almeida (UVA), na Tijuca, e segue até o dia 1º de agosto com mais apresentação de trabalhos, exposição de pôster, atividade cultural e mesas de debates!
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Julho de 2015



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