Após os debates que movimentaram a manhã do Seminário “Mães, Crack, Maternidade, Crianças e Institucionalização”, a parte da tarde foi dedicada à interação do público presente. Foram compostos quatro grandes grupos de trabalho para a discussão e elaboração de propostas que possam melhorar o acesso aos serviços para a população atingida pelo problema do crack e de outras drogas.
Todos os grupos debateram bastante a respeito da questão da intersetorialidade da rede de cuidados no sentido de articular entre si os diferentes serviços para os quais um usuário é encaminhado. Outro aspecto importante levantado pelos grupos de trabalho diz respeito à necessidade de que essa rede disponha de mais profissionais que não somente assistentes sociais, incluindo mais psicólogos, médicos, enfermeiros e demais profissionais necessários para o adequado atendimento a essa população.
As propostas debatidas por cada grupo de trabalho foram levadas para apreciação e deliberação da plenária final, com a participação de representantes de todos os grupos de trabalho. As principais propostas apresentadas foram:
– Construção e monitoramento das ações públicas para população em situação de rua;
– Criação de um sistema articulado de informações entre as diversas áreas de saúde e assistência;
– Formação de uma rede intersetorial que valorize mais as casas de apoio do que recorra à judicialização das mães em situação de dependência química;
– Formação acadêmica continuada para capacitar cada vez melhor os assistentes sociais para lidar com as demandas dessa realidade;
– Aproximação entre a população e as universidades, as quais muitas vezes estão inseridas fisicamente em locais com carência extrema de serviços públicos; e
– Desburocratização dos critérios do SUS para a laqueadura das mulheres que manifestarem a vontade de não ter mais filhos.