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Ato pelo Dia da Luta Antimanicomial acontece no Largo da Carioca e mobiliza a população


Data de Publicação: 21 de maio de 2015


luta 1O dia 18 de maio foi não apenas uma data de luta e mobilização como também de alegria e descontração: no Ato pela Luta Antimanicomial, que ocupou o Largo da Carioca, no Centro do Rio de Janeiro, houve apresentações de música, poesia, teatro e outras diversas manifestações artísticas em total harmonia com os discursos em prol de uma sociedade sem manicômios e contra as muitas formas de criminalização da loucura.

O Ato, apoiado pelo CRP-RJ, foi oficialmente aberto com apresentação de música e poesia de alguns componentes do Loucura Suburbana, bloco carnavalesco engajado na Luta Antimanicomial.

luta 2Após essa apresentação, foi a vez do Estúdio Psicodrama fazer uma dinâmica teatral com o público, mostrando como é fácil “perder o equilíbrio” e também trazendo à tona “a voz da loucura”. Nessa apresentação, as pessoas eram convidadas a fazer qualquer som, sem pensar, dando assim voz à sua loucura. A performance do grupo, integrada a das pessoas que estavam no Ato, tinha o objetivo de demonstrar que a loucura não deve ser escondida ou aprisionada, mas, sim, que ela tenha direito à sua voz, à sua ocupação na cidade.

Paralelamente às atividades principais, houve também uma oficina de artes na qual foram confeccionados os cartazes com os dizeres e palavras de ordem do movimento. Houve ainda discurso e atividades interativas da Oficina 762 (coletivo oriundo da Colônia Juliano Moreira, de onde vem o nome do grupo em referência ao ônibus 762 que fazia o percurso entre a Colônia e Madureira) e do Fórum de Saúde do Rio de Janeiro, que hipotecou seu apoio à Luta Antimanicomial e convocou os integrantes desse movimento a fortalecer as manifestações em favor da rede pública de saúde mental do Rio de Janeiro, do fortalecimento do SUS, contra a privatização dos serviços e contra o sucateamento dos hospitais públicos.

A animação foi grande quando a Roda de Samba Mané Garrincha entrou em ação com muito samba de raiz e fez as pessoas dançarem e cantarem, misturando-se sem preconceito, festejando a integração, a gentileza e a solidariedade.

Apesar da alegria contagiante, muitas vozes de protesto fizeram seus discursos, pois o microfone ficou aberto a todos, que puderam compartilhar experiências sofridas na esperança de que esses momentos difíceis vindos das internações tenham ficado completamente no passado e que mais ninguém seja obrigado a passar por isso.

As conquistas também foram lembradas, como o progressivo fechamento de leitos manicomiais com a Reforma Psiquiátrica. Nas palavras da porta-voz do Núcleo Estadual de Luta Antimanicomial, Melissa Pereira: “dia 18 de maio ainda é para lutar por uma sociedade sem manicômio”.

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Maio de 2015



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