A Comissão Gestora da Subsede do CRP-RJ na Baixada Fluminense, em parceria como Centro de Direitos Humanos de Nova Iguaçu, realizou, no dia 25 de março, na Casa de Cultura Ney Alberto, em Nova Iguaçu, o Seminário “Violências contra a mulher e políticas públicas”.
Reunindo cerca de 200 participantes, o evento, organizado no mês em que se celebra o Dia Internacional da Mulher, teve como objetivo proporcionar espaço de encontro e troca de experiências entre profissionais da área da Saúde de modo a pensar a política de atendimento à mulher de forma integrada e participativa.
O evento recebeu o apoio também das seguintes instituições parceiras: Coordenadoria de Políticas para as Mulheres de Nova Iguaçu, Superintendência dos Direitos da Mulher e Casa da Mulher do Município de Nilópolis, Conselhos Municipais dos Direitos das Mulheres da Baixada, Centro Integrado de Atendimento à Mulher em Situação de Violência da Baixada (CIAM) e Casa de Cultura de Nova Iguaçu,entre outras Coordenadorias e Superintendências de atendimento às mulheres em situação de violência.
Iniciando a mesa de abertura, Viviane Siqueira Martins (CRP 05/32170), conselheira do CRP-RJ, integrante da Comissão Gestora da Subsede Baixada e da Comissão de Direitos Humanos do CRP-RJ, ressaltou que a atual gestão do CRP-RJ luta pela defesa e garantia dos Direitos Humanos em seus diversos âmbitos e que a realização deste evento faz parte dessa luta. Em seguida, lembrou a importância do Congresso Nacional de Psicologia (CNP), um mecanismo democrático que possui três etapas (regionais, estaduais e nacional) nas quais as (os) psicólogas (os) participam enviando propostas que nortearão a atuação do Sistema Conselhos de Psicologia nos três anos subsequentes.
Mônica Valéria Affonso Sampaio (CRP 05/44523), colaboradora da Comissão Gestora da Baixada, ressaltou que a construção da Subsede do CRP-RJ em Nova Iguaçu foi resultado da mobilização e da luta da categoria e convidou todas (os) as (os) presentes a participar dos eventos e debates que acontecem mensalmente na Subsede, como o Espaço Cine Psi e as Rodas e Encontros.
Yolanda Florentino, diretora do Centro de Direitos Humanos de Nova Iguaçu, destacou ser uma honra organizar o evento em parceira com o CRP-RJ. A seguir, afirmou que as discussões suscitadas pelo Seminário são fundamentais para mobilizar os profissionais da Baixada em torno de uma problemática ainda muito presente na realidade dos municípios da região: a violência contra a mulher, afirmando a necessidade de aprofundar esta discussão com políticas públicas na região.
Glícia de Oliveira, conselheira do Conselho Regional de Serviço Social do Rio de Janeiro/CRESS-RJ, sublinhou a importância do evento no debate sobre as diversas formas de violências e de violação dos direitos das mulheres. “A violência nada mais é do que o fim do diálogo, da democracia e de qualquer direito”, afirmou.
Cristina Pena, subsecretária dos Conselhos Municipais de Saúde de Nova Iguaçu, apontou que Nova Iguaçu representa, atualmente, o município da Baixada com maior número de Conselhos Municipais de Direitos, que, segundo ela, constituem o espaço propício para a discussão e o monitoramento das políticas públicas.
Patrícia Xavier, da Coordenadoria de Políticas Públicas para as Mulheres e presidente do Conselho Municipal de Direitos das Mulheres de Nova Iguaçu, enfatizou que a violência contra as mulheres não se combate somente com leis, mas, principalmente, com informação. Em seguida, falou sobre a atuação do Conselho de Direitos das Mulheres de Nova Iguaçu, que está articulando políticas de prevenção à situação de violência e também de proteção à mulher que já se encontra nessa situação.
Luciana Moreira Vieira Rodrigues, Superintende dos Direitos da Mulher e coordenadora da Casa da Mulher de Nilópolis, apresentou alguns dados estatísticos que retratam o quadro da violência contra a mulher em Nilópolis. Segundo ela, ao longo de 2014, foram 205 mulheres atendidas e acolhidas na Casa, além de mais de 1.200 atendimentos breves a mulheres que não desejavam atendimento em longo prazo. Ainda segundo ela, a maioria das mulheres que procuram atendimento na Casa da Mulher possui entre 20 e 50 anos e o fazem por iniciativa própria, e não por encaminhamento de outras instituições.
Elizete Lopes, coordenadora do Centro Integrado de Atendimento à Mulher em Situação de Violência (CIAM), lamentou que, em pleno século XXI, a violência contra a mulher ainda é uma triste realidade em nosso país. Ela ressaltou ainda que o CIAM, apesar de estar localizado em Nova Iguaçu, é um equipamento do Governo do Estado do Rio voltado para todas as mulheres da região da Baixada.
Em seguida, teve início a mesa de debates, que apresentou aos participantes importantes discussões que envolvem a temática das violências contra a mulher e foi coordenada por Vanda Vasconcelos Moreira (CRP 05/6065), conselheira-presidente da Comissão Gestora da Subsede Baixada. Veja aqui a cobertura completa da mesa.
Ao final do debate, a Comissão Gestora da Baixada prestou homenagem a 14 profissionais e militantes pelas suas valiosas contribuições sociais na construção dos avanços nas políticas de garantia de direitos para as mulheres.
Foram homenageadas duas psicólogas que não puderam estar presentes: a primeira foi Cecília Coimbra (CRP 05/1780), professora da UFF, ex-conselheira do CRP-RJ e fundadora do Grupo Tortura Nunca Mais/RJ, e Conceição Correia das Chagas, vice-presidente do CRP-RJ na época da compra da Subsede do CRP-RJ Baixada. As outras homenageadas foram:
•Sônia Ferreira Martins – Socióloga, representante do Centro de Direitos Humanos de Nova Iguaçu e integrante do Movimento Estadual de Articulação de Mulheres Negras;
•Luciana Moreira Vieira Rodrigues – Superintende dos Direitos da Mulher e coordenadora da Casa da Mulher de Nilópolis;
•Ruth Valentin Doro – Coordenadora do Programa de Atendimento à Mulher e presidente do Conselho de Mulheres de Japeri;
•Patrícia Xavier da Silva – Coordenadora da Coordenadoria de Políticas Públicas para as Mulheres e presidente do Conselho Municipal de Direitos das Mulheres de Nova Iguaçu;
•Solange da Silva Brito – Bacharel em Direito, representante do Movimentos Amigos de Maio – Associação de Moradores e membro da União Brasileira de Mulheres;
•Elizete Lopes da Silva – Centro Integrado de Atendimento à Mulher em Situação de Violência (CIAM);
•Yolanda Florentino – Diretora do Centro de Direitos Humanos de Nova Iguaçu;
•Mara dos Santos – mulher simples que trabalha junto a outras mulheres no lixão de Gramacho, em Duque de Caxias, e membro da ONG Jardim Mulheres de Gramacho;
•Rosana Xavier Pereira – Coordenadora do Movimento Viva Baixada e membro do Centro de Direitos Humanos de Nova Iguaçu;
•Ana Cláudia de Azevedo Peixoto – Professora titular do curso de Psicologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro;
•Francis Marina Martins Vale – Pedagoga e integrante da coordenação do Comitê pela Reforma Política da Baixada;
•Denise dos Santos Malheiro de Souza – Psicóloga, colaboradora do CRP-RJ e militante pela construção da Subsede Baixada na década de 1990.
Abril de 2015