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CRP-RJ assina Moção de Apoio à transformação do Prédio do DOPS em Espaço de Memória da Resistência e dos Direitos Humanos do RJ


Data de Publicação: 20 de janeiro de 2015


O Conselho Regional de Psicologia do Rio de Janeiro, como autarquia comprometida com a defesa dos Direitos Humanos e com o resgate da memória e da história dos inúmeros casos de violação desses direitos pelo Estado, assina a Moção de Apoio ao Espaço de Memória da Resistência e dos Direitos Humanos do Rio de Janeiro no Prédio do DOPS. Desse modo, convocamos todas (os) as (os) psicólogas (os) e estudantes a apoiarem essa mobilização, compartilhando a moção em suas mídias sociais.

Confira abaixo a íntegra do texto:

 

Moção de apoio ao Espaço de Memória da Resistência e dos Direitos Humanos do Rio de Janeiro no Prédio do DOPS

Nós, instituições estatais, organizações não-governamentais e redes internacionais, comprometidas com a luta pela memória, verdade e justiça em diferentes países, abaixo subscritas, apoiamos a campanha “OCUPA DOPS: ocupar a memória para não esquecer a nossa história”, a Comissão da Verdade do Rio (CEV-Rio) e outros movimentos na demanda pela transformação em Espaço de Memória do antigo edifício do DOPS, reconhecidamente um dos mais ativos centros de perseguição, prisão, tortura, desaparecimento forçado e morte de militantes durante a ditadura militar (1964-85), além de outras vítimas de outros períodos da história da República brasileira.

Apoiamos o projeto desenvolvido colaborativamente no Grupo de Trabalho sobre o DOPS no âmbito da CEV-Rio contendo a criação de um Espaço de Memória da Resistência e dos Direitos Humanos, que representa um importante passo para o aprofundamento da democracia no âmbito do estado do Rio de Janeiro, assim como no Brasil e na região da América do Sul, em sua mensagem pelo “Nunca Mais”.

Afirmamos a importância de se conferir plena participação dos movimentos sociais e entidades de Direitos Humanos na construção e gestão do Espaço, considerando absolutamente inadmissível a divisão do prédio com a Polícia Civil do Rio de Janeiro, órgão atuante no período autoritário e que nunca dedicou, em seu próprio museu, espaço ao tema dos direitos humanos e do passado de violações. A participação da sociedade civil organizada em todas as etapas do projeto vem se demonstrando uma boa prática em alguns dos principais Espaços de Memória que hoje compõem a Rede Latinoamericana de Espaços de Memória e a Coalizão Internacional de sítios de consciência.

Desta forma, frente ao atraso do Brasil em matéria de justiça de transição e diante do compromisso assumido pelo então governador Sérgio Cabral de destinar o prédio a um espaço voltado para as políticas de Direitos Humanos, endossamos a  reivindicação da campanha OCUPA DOPS e da CEV-Rio dirigida ao atual governador do estado do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, pela imediata transmissão da administração do edifício à Secretaria Estadual de Cultura e à Secretaria Estadual de Direitos Humanos, e pela abertura de concurso público de projetos para a concepção desse Espaço de Memória da Resistência, com a supervisão do Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB-RJ).

Reafirmamos que o comprometimento por parte do governo do estado do Rio de Janeiro em transformar o prédio do ex-DOPS em um referencial para a memória da resistência e para as políticas de Direitos Humanos será uma demonstração de respeito e valorização da democracia, a ser comemorada como mais um importante passo para os povos de nosso continente e, sobretudo, para a população fluminense no encontro com a sua história.

Janeiro de 2015