
Conecição e Priscila na palestra sobre Identidades
Promovido pelo Fórum de Entidades Nacionais da Psicologia Brasileira (FENPB) com o apoio dos Conselhos de Psicologia, o IV Congresso Brasileiro Psicologia: Ciência e Profissão teve início no último dia 19 e se encerra no dia 23 de novembro, em São Paulo, com tema “Os impactos da Psicologia na sociedade brasileira: a política da ciência e da profissão”.
A programação do evento conta com diversas oficinas, minicursos, conferências, simpósios, mesas redondas, exposição de pôsteres, atividades culturais e mesas de debates nos formatos “Conversando sobre…” e “Como eu faço…”.
O CRP-RJ está presente no IV CBP e participa do evento promovendo diversas atividades ao longo dos dias 20, 21 e 22 de novembro.
A primeira atividade do CRP-RJ foi uma roda de conversa, no formato “Conversando sobre…”, organizada pelas conselheiras Maria da Conceição Nascimento (CRP 05/26929), representante do Conselho na Articulação Nacional de Psicólogas (os) Negras (os) e Pesquisadoras (es) (ANPSINEP), e Priscila Gomes Bastos (CRP 05/33804), presidente da Comissão Regional de Psicologia e Políticas Públicas.
O trabalho apresentado teve como tema “Psicologia e Relações Étnico-Raciais, Diversidade Sexual e Identidades de Gênero”. O objetivo foi divulgar as discussões travadas e as ações desenvolvidas pelo Grupo de Trabalho Integrado de Psicologia e Relações Étnico-Raciais, Diversidade Sexual e Identidades de Gênero da Comissão Regional de Direitos Humanos do CRP-RJ.
“Trazemos essa discussão porque acreditamos que a Psicologia tem de estar envolvida de forma ética nesse debate. A Psicologia não pode ignorar as desigualdades que acometem a nossa sociedade”, destacou Conceição.
Falando sobre a questão do racismo e suas diversas manifestações na sociedade brasileira, Conceição destacou também “que o racismo é um mecanismo de dominação dentro do sistema capitalista em que uma classe social minoriza a outra para poder dominá-la. Por isso, digo que só vamos diminuir o racismo no país diminuindo as relações de desigualdade”.
Priscila, por sua vez, abordou a questão da patologização das identidades trans e o papel que a Psicologia possui nesse processo. “O que acontece hoje no Brasil é a manutenção da patologização das identidades trans para que essas pessoas tenham acesso ao Sistema Único de Saúde, como se você só tivesse o direito à saúde garantido por conta de uma doença. Isso é a exclusão pela inclusão”.
A conselheira argumentou ainda que a definição das identidades de gênero devem se dar no âmbito do sujeito, e não a partir das rotulações e classificações impostas pela sociedade. “A sexualidade é a relação que você estabelece com seu próprio corpo e seu desejo. Por isso, você é a melhor pessoa para definir a sua identidade ou mesmo não defini-la”, afirmou.