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CRP-RJ marca presença na IX Semana de Psicologia da UERJ


Data de Publicação: 28 de maio de 2013


A IX Semana de Psicologia UERJ, promovida entre 13 e 17 de maio e idealizado pelo Centro Acadêmico de Psicologia UERJ, é um evento dedicado a promover a interação entre os estudantes, os profissionais que atuam na área e a comunidade acadêmica com objetivo de propor atividades que tragam mais qualidade a formação do graduando de Psicologia.

Com mesas de debates, vários assuntos foram abordados e os mais diversos questionamentos foram levantados por alunos da graduação de Psicologia. Palestrantes renomados da área atuaram de maneira que despertou o interesse do público, como contou o psicólogo e colaborador do CRP-RJ José Novaes (CRP 05/980) que, juntamente com a psicóloga Priscila Bastos (CRP 05/ 33804), falou sobre: “Perspectivas para a avaliação psicológica: um debate sobre ética e direitos humanos”.

“Abordamos, a tentativa do Sistema Conselhos de Psicologia, através do CFP, de reorganizar a área da avaliação psicológica, que não deve se reduzir à aplicação dos testes. Desde 2002, apresentamos a necessidade de realizar AP segundo os princípios éticos da profissão e na defesa dos Direitos Humanos. Os alunos tiveram uma ótima participação, mostraram muito interesse pelo tema e levantaram vários questionamentos, o debate foi muito positivo.”, disse Novaes.

“De que estamos falando quando falamos da vida medicalizada? Como se configurou este processo? Como esse processo se atualiza no mundo contemporâneo?”, esse foi o assunto discutido na mesa que teve como tema “Medicalização: a escola como alvo dos movimentos de controle e aprisionamento da vida”, conduzida pela psicóloga e conselheira do CRP-RJ Helena Rego Monteiro (CRP 05/24180).

“Propomos pensar medicalização como um processo que toma a vida em todas as suas manifestações não havendo mais nada, nenhum domínio que seja exterior à medicina, tudo passa a ser medicalizável”, disse ela.

Para saber mais sobre o tema da Medicalização e a importância desse debate, acesse o site do Fórum sobre Medicalização da Educação e da Sociedade: www.medicalicao.org.br.

Com a ideia de pensar nas condições de emergência, nos efeitos dessa rede. Foi proposto ainda acompanhar os movimentos, as conexões e do traçado das linhas de aprisionamento e controle que fazem da vida o alvo de suas ações engendrando existências medicalizadas. Para isso foi constituído o Fórum sobre Medicalização da Educação e da Sociedade, que tem como objetivo articular entidades, grupos e pessoas para pesquisar, debater e intervir neste tema. Desta forma, o coletivo Fórum, que tem se reunido mensalmente desde a sua criação em 2010 vem desdobrando ações, multiplicando os olhares e se movimentando em diferentes espaços para a ampliação de uma rede.

“Com o Fórum passamos a falar a partir dos combates e das resistências, na via da experimentação de outros possíveis modos de olhar, construindo uma história não da verdade em si, não a simples aquisição de conhecimentos, mas da produção dos jogos de verdades”, disse Helena.

Já na mesa integrada pela representante do CRP-RJ no Fórum Permanente de Saúde no Sistema Prisional (FPSSP-RJ), Maria Márcia Badaró Bandeira (CRPRJ 05/2027), o tema levantado foi “Interdisciplinaridade no sistema prisional: uma prática possível?”.

Com o objetivo de mostrar como a prática interdisciplinar começa com a reforma da Psicologia, Márcia questionou de que modo a Psicologia está inserida no campo da execução penal e as práticas interdisciplinares possíveis diante de um quadro de déficit de profissionais da área, uma vez que as unidades prisionais estão superlotadas e os problemas de saúde das pessoas encarceradas se agravam. “Como exercer um prática interdisciplinar diante deste quadro?”, protestou Márcia.

Ligada à temática dos Direitos Humanos, a mesa da psicóloga e conselheira do CRP-RJ Lia Yamada (CRPRJ 05/30850) trouxe como discussão “Psicologia e Direitos Humanos” com a proposta de discutir os principais desafios relacionados à defesa dos Direitos Humanos no exercício da Psicologia. A discussão versou sobre diferentes contextos nos quais os psicólogos são convocados a atuar de forma técnica, sob o argumento de cientificidade, mas que muitas vezes está a serviço de um projeto político de exclusão, estigmatização e segregação social.

“Um dos principais desafios na atualidade para o profissional da Psicologia é o de superar uma tradição eminentemente privatista e intimista e considerar os aspectos ético-políticos que podem estar a serviço da defesa ou mesmo da violação dos Direitos Humanos. Cabe ao profissional este questionamento constante”, completou Lia.