O Conselho Regional de Psicologia do Rio de Janeiro repudia a postura de uma pessoa que sem a devida qualificação se auto-intitulou psicóloga. Em março deste ano, a Justiça do Rio prendeu pela terceira vez, Beatriz da Silva Cunha, de 32 anos, acusada de se passar por psicóloga em uma clínica de tratamento especializado para crianças autistas, em Botafogo na Zona Sul do Rio de Janeiro. O suposto Centro de Tratamento havia sido criado pela falsa psicóloga há oito anos. Ela foi condenada a sete anos e seis meses de prisão em regime semiaberto.
A investigação teve início em 2011, quando uma delegada de polícia fez a denúncia junto ao Decon – Delegacia do Consumidor, alegando ter gastado R$ 40 mil durante os oito meses em que a suposta psicóloga acompanhou um dos seus filhos. Sem perceber evolução no tratamento, a delegada solicitou o registro da suposta psicóloga que por sua vez, apresentou um documento falso à mãe do paciente. Ela cobrava R$ 90 por consulta.
Na delegacia, a falsa psicóloga, Beatriz da Silva Cunha, confessou ter cursado apenas dois períodos da faculdade de psicologia. Segundo a polícia, ela atuou 12 anos como profissional de psicologia, com cerca de 60 pacientes atendidos.
O esposo da falsa psicóloga, Nélson Antunes de Farias Júnior, de 37 anos, também foi indiciado e deve dar explicações à polícia. Ele afirma não ter conhecimento de que a sua esposa não era de fato psicóloga. No processo, o casal é acusado de estelionato e de cometer crimes contra relações de consumo, sendo que Beatriz também responde por falsidade ideológica. Mas ele, que é responsável pelo controle financeiro da clínica mantida por ela, foi inocentado por falta de provas. Segundo o Ministério Público, os dois lucraram cerca de R$ 40 mil com fraudes, desde 2005.