Em 15 de março, o Centro Universitário Moacyr Sreder Bastos, situado em Campo Grande, Zona Oeste do Rio, sediou o 12º Pré-Congresso Regional de Psicologia com temática voltada para a Psicologia no Esporte.
Participando da mesa temática, marcaram presença Márcio de Souza Peixoto, advogado especialista em Legislação e Violência Desportivas, Rodrigo Acioli Moura (CRP 05/33761), psicólogo coordenador do GT de Psicologia e Esporte do CRP-RJ, e Adriana Amaral do Espírito Santo (CRP 05/31762), psicóloga do Centro de Educação Física Almirante Alberto Nunes (CEFAN/Marinha) e membro da Associação Brasileira de Psicologia do Esporte (ABRAPESP).
Márcio abordou o Direito aplicado à Psicologia e Esporte e a questão da violência desportiva. “A violência no esporte remonta aos tempos da Grécia, nos primeiros jogos olímpicos. Desde então, são frequentes os casos desse tipo de violência. No Brasil, a violência acontece como uma espécie de luta ritualizada que está em nosso subconsciente. No âmbito do Direito, temos alguns mecanismos legais para solucionar esses problemas e tensões. Agora, o problema é que no Brasil adotamos o que se chama ‘intervenção mínima do Direito Penal’, ou seja, o Direito Penal só age quando se entende que há de fato um crime. Nesse sentido, é muito fácil responsabilizar um adulto por algum crime através do Código Penal, mas o que fazemos com uma criança, por exemplo, que xinga outra em tom racista? Como ela não pode ser responsabilizada criminalmente, o ideal é que haja uma comissão pedagógica para que essa criança seja responsabilizada e punida de outra maneira”.
Adriana, por sua vez, enfatizou a importância de se pensar a atuação da Psicologia no Esporte como uma prática de saúde mental. “Nossa prática como psicólogos do esporte de alto rendimento é a da promoção da saúde. E, nesse contexto, não entendo saúde como a ausência de doença, mas como o bem-estar físico, mental, social e espiritual. O problema é que dificilmente o psicólogo do esporte é chamado para atuar na esfera da prevenção, e é esse eixo de intervenção que devemos buscar, considerando o ser humano em todas as suas potencialidades. O rendimento esportivo está ligado ao rendimento humano”.
Rodrigo deu continuidade à mesa temática destacando a importância do debate sobre a inserção da Psicologia no campo do esporte. “A Psicologia no Esporte, ao contrário do que se pensa, não se resume a futebol. Nossa discussão e atuação são muito mais complexas e interessantes do que isso. Outro problema que enfrentamos nessa área é a falta de articulação entre os próprios psicólogos, que precisam se entender mais e atuar mais em conjunto de modo a proteger a imagem desse profissional e fortalecer a sua atuação na área”.
Em seguida, após um breve debate entre os participantes, foi dado início ao Pré-Congresso com a eleição da mesa diretora para a condução dos trabalhos durante a votação de propostas e a eleição de delegados. Foram eleitos Rodrigo Acioli como presidente, Elizabeth da Silva de Alcântara (CRP 05/36948) como secretária e Daniel Maribondo (CRP 05/42740) como relator.
O regimento interno do Pré-Congresso foi então lido, modificado e aprovado pelos participantes. A seguir, foi feita a eleição de delegados para o COREP, tendo sido eleitos quatro delegados efetivos e mais um delegado estudante, com direito a participar das discussões durante o COREP, mas sem direito a voto. Ao final, foi feita a votação de propostas. Ao todo, foram apresentadas três propostas, duas das quais aprovadas na íntegra e uma aprovada com modificações.