auto_awesome

Noticias






Avaliação Psicológica na perspectiva dos Direitos Humanos e da Ética é tema de Pré-Congresso na UFRJ


Data de Publicação: 25 de março de 2013


Na sexta, dia 08 de março, por volta das 10h, a presidente do Conselho Regional de Psicologia do Rio de Janeiro, Vivian Fraga (CRP 05/30376), iniciou o Pré-Congresso Regional de Psicologia realizado na Universidade Federal do Rio de Janeiro, na Zona Sul da cidade.

A primeira mesa debateu: “Processo seletivo, ética, Direitos Humanos e justiça”, com a participação de José Eduardo Menescal Saraiva (CRP 05/23758), psicólogo do TJRJ, Ana Cristina Ávila Batista, psicóloga da PM-MG, e Acácia Aparecida Angeli dos Santos, psicóloga e professora da Universidade São Francisco.

Ana falou sobre a prática da Psicologia dentro de concursos públicos. Para ela, há um aumento significativo de concursos públicos não só dentro do setor de segurança público, mas no geral. “Ao passar dos anos é perceptível a mudança no perfil dos militares, e nós psicólogos temos que nos perguntar se dentro da nossa prática de avaliação estamos mudando também”, disse.

De acordo com Eduardo, é preciso se apropriar bem das técnicas da Psicologia, pois é uma grande responsabilidade quando você está avaliando alguém. “É decisivo, você pode ser cobrado se algo der errado no histórico daquele cidadão. E avaliar é você criar verdades”, disse José Eduardo.
Já a psicóloga Acácia, falou sobre os efeitos que a Psicologia tem na sociedade. Segundo ela, no trabalho se define o acesso ao emprego; na escola é possível apontar alternativas de encaminhamentos, além de determinar formas de tratamentos. E no trânsito, por exemplo, é obrigatório e pode impedir uma pessoa de poder dirigir um veículo”, finaliza Acácia.

Segunda mesa debate avaliação psicológica

“Avaliação psicológica, pesquisa e práticas” foi o tema da segunda mesa, que teve participação de Silvia Ignez (CRP 05/28424), psicóloga e professora do IBMR, e José Maurício Hass Bueno, psicólogo e professor da Universidade Federal de Pernambuco.
José Maurício problematizou a temática da avaliação psicológica pela perspectiva técnico-científica. “Precisamos pensar o resultado da avaliação psicológica em diferentes ambientes e contextos e como isso pode afetar o desempenho das pessoas avaliadas. Nesse sentido, pesquisas e estudos científicos nos ajudam a explicar o papel que a temática pode ter no processo de seleção e avaliação de modo a torná-la mais justa e imparcial, considerando ainda o objetivo e o contexto da testagem, visto que os resultados de determinada avaliação são válidos apenas para aquele momento”.

O psicólogo também tratou da importância da reflexão ética do profissional sobre a prática das avaliações psicológicas. “É preciso enfatizar que esse processo avaliativo é um processo científico também de levantar e testar hipóteses, e, com isso, o psicólogo sai do trabalho puramente técnico para um mais reflexivo, de meta-análise da sua própria atuação. Ou seja, ele sai do campo da ciência e da técnica para o campo da ética”, disse ele.

Silvia, por sua vez, colocou em análise a finalidade do uso da avaliação psicológica. “Um teste pode ser muito útil para dar a diretriz de determinado tratamento, e, como método complementar, não tenho dúvidas da sua utilidade. Agora, é claro que as avaliações psicológicas precisam ser permeadas pela perspectiva dos Direitos Humanos. Entretanto, temos de pensar os Direitos Humanos não como uma técnica ou teoria, mas como um posicionamento ético”, avaliou ela.

Votação de propostas e eleição de delegados

Ao término da segunda mesa, foi dado início ao Pré-Congresso com a votação da mesa diretora, responsável por conduzir a eleição de delegados e a votação de propostas. Foram eleitos Janaína Sant’Anna (CRP 05/17875) como presidente, Edmundo Amorim (CRP 05/13594) como secretário e Felipe Lopes (CRP 05/42286) como relator.

O regimento interno do Pré-Congresso foi então lido, modificado e aprovado. A seguir, houve a eleição de delegados. Foram eleitos quatro delegados efetivos e outro suplente. Por fim, foi feita a discussão e votação de propostas. Ao todo, dez propostas foram apresentadas e votadas, cinco das quais aprovadas na íntegra, quatro aprovadas com modificações e uma rejeitada.