Hoje, dia 21 de março, é o Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial. Nós, do Conselho Regional de Psicologia do Rio de Janeiro (CRP-RJ), lembramos que este é um dia emblemático para aqueles que lutam e anseiam pelo fim das discriminações raciais. Lembramos também da importância da prática do psicólogo envolvido com essa temática e dos dez anos da Resolução CFP nº 18/2002 que estabelece normas de atuação para os psicólogos em relação ao preconceito e à discriminação racial.
Poucos sabem ou lembram, mas essa é a data que a ONU escolheu para, simbolicamente, ser o Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial.
Foi nesse dia que, em 1960, 20 mil negros se reuniram em Johanesburgo, África do Sul, para protestar contra a Lei do Passe, que os obrigava a portar cartões de identificação com especificações dos locais onde poderiam ou não circular.
Apesar de a manifestação ter sido pacífica, houve violenta reação do Exército que, atirando sobre a multidão, matou 69 pessoas e feriu outras 186. Conhecido como Massacre de Shaperville – em alusão ao bairro onde ocorreu – o episódio, até hoje rememorado com gosto amargo pelos militantes do mundo inteiro, tornou-se o estandarte de uma luta que vem se desenhando há pelo menos cinco décadas.
Para fixar datas, pode-se dizer que as mobilizações em prol do fim da discriminação racial ganharam visibilidade por volta da década de 60 do século passado. Foi mais ou menos por aí que movimentos civis norte-americanos, encorajados pelas palavras de esperança de Martin Luther King, intensificaram a pressão pelo fim da segregação racial que dividia estados do sul dos EUA. De lá para cá, o movimento negro ganhou mais força e espaço na agenda de debates, respaldado pelo fim do apartheid na África do Sul (1994) e por uma série de outras conquistas – ainda que tímidas – obtidas no plano socioeconômico.
A Resolução CFP nº 18/02 que, estabelece normas de atuação para os psicólogos em relação ao preconceito e à discriminação racial
A Resolução CFP nº 18/02 que estabelece normas de atuação para os psicólogos em relação ao preconceito e à discriminação racial, já foi tema do debate e foi transmitido pelo site do Conselho Federal de Psicologia (CFP). Ele aconteceu em dezembro do ano passado. E mesmo uma década após sua elaboração, o dispositivo ainda é praticamente desconhecido pela categoria.
Neste cenário onde o racismo ainda está presente na sociedade brasileira, psicólogas e psicólogos deverão impulsionar o debate sobre as consequências para a promoção da justiça e dos direitos humanos quando o preconceito se mostra presente.