O CREPOP – Centro de Referências Técnicas em Psicologia e Políticas Públicas, esteve presente na Mostra de Práticas em Psicologia no SUAS, cujo tema foi “Desafios e Possibilidades da Prática Profissional da Psicologia no SUAS: questões contemporâneas”, realizada no dia 17 de novembro, na Universidade Veiga de Almeida, Tijuca.

O CREPOP desenvolveu duas rodas de conversa, sobre “Referências técnicas para atuação de psicólogas (os) nos CRAS” e “Referências Técnicas para atuação de psicólogas(os/es) em políticas públicas para a população LGBTQIA+”. Esta atividade também integrou um projeto do CREPOP-RJ chamado CREPOP NAS UNIVERSIDADES, em que a equipe do Rio de Janeiro vem se aproximando das Instituições de Ensino Superior (IES) do estado, com vistas a divulgar o CREPOP e suas publicações. Para o evento foram oficiadas as coordenações de Psicologia das IES do Rio de Janeiro, que puderam se inscrever para as rodas antecipadamente, convidando docentes e discentes de suas instituições.

Roda de Conversa sobre as Referências Técnicas para a atuação de psicólogas(os) nos CRAS

Na primeira roda, o público presente lotou o espaço, demonstrando mais uma vez o grande interesse da categoria sobre a atuação em políticas públicas e a pertinência dos temas abordados.

Luisa Bertrami (CRP 05/54879), psicóloga, doutora e mestre em Psicologia Social (UERJ), pesquisadora do GEPSID/UERJ, conselheira no XVII Plenário CRP-RJ e uma das coordenadoras do Crepop RJ disse: “o Crepop, hoje, é uma rede do Sistema Conselhos, têm unidades do Crepop em 23 conselhos regionais e no Conselho Federal, atuando na produção das referências técnicas”.

Isabel Scrivano (CRP 05/26162), psicóloga, doutora em Psicologia (UFRJ), conselheira no CRP-RJ e também coordenadora do Crepop RJ reafirmou que “mais de 15 anos de Crepop tem produzido essas referências para fortalecer uma atuação da Psicologia comprometida com os direitos humanos e as políticas públicas como um campo de atuação com o qual a gente tem muito a contribuir, nessa perspectiva da democracia e da garantia de direitos.”

“Nós queremos agradecer a presença das pessoas que estão representando docentes, coordenações e discentes de universidades que foram convidados a participar pelo nosso projeto “Crepop nas Universidades”. Desde o ano passado, nós estamos realizando reuniões com essas coordenações, apresentando o Crepop e enviando essas referências técnicas para as bibliotecas das universidades, para que todo mundo possa ter acesso”, explicou Isabel.

A convidada desta roda foi Vanessa Brito (CRP 05/28830), psicóloga, doutora em Memória Social e conselheira do XVII Plenário do CRP-RJ. Vanessa é trabalhadora do SUAS do município de Itaguaí e membro do Fórum Estadual de Trabalhadoras/es do SUAS, além de coordenar o Núcleo de Psicologia e Assistência Social do CRP-RJ.

Vanessa ressaltou a importância dos CRAS – Centro de Referência de Assistência Social, pois são a porta de entrada para muitos direitos. “A política de assistência, o objetivo dela é ofertar proteção social a indivíduos e famílias. É uma política que está ali para atender a quem dela necessitar. Historicamente, a gente acaba atendendo um público que a gente fala que são as pessoas mais vulneráveis, que estão em alguma situação de vulnerabilidade social.”

“Assim como o SUS, que é uma política que já está mais conhecida, a assistência social também é um sistema único, o SUAS, que é o Sistema Único de Assistência Social. Ele é assim chamado porquê de fato existe uma organização para que essa política de assistência social funcione ou tente funcionar da melhor maneira”, continuou.

Vanessa também explicou um pouco sobre a relevância da Psicologia nesses espaços, bem como os desafios enfrentados para ocupar este lugar. Um lugar conquistado com a luta da própria categoria. “É uma atuação desafiadora, mas para nós, psicólogos e psicólogas, é muito importante. Não é à toa que estamos ali, desde o início, elencados como equipe de referência junto com o serviço social. E é uma construção nossa, enquanto, categoria, de dizer da importância do nosso lugar nessa política e que muitas vezes esse espaço não nos é dado”, finalizou.

Roda de Conversa sobre as Referências Técnicas para a atuação de psicólogas(os) nas políticas públicas para a população LGBTQIA+

Para falar sobre esta referência, a mais recente lançada pelo Crepop, em junho deste ano, a convidada foi a conselheira presidenta do CRP-RJ, Céu Cavalcanti (CRP 05/57816), psicóloga, mestre em Psicologia (UFPE), doutoranda em Psicologia (UFRJ), integrante da diretoria nacional da ABRAPSO, do Conselho consultivo da ABETH e da articulação nacional de Psicólogas/os/ues Trans.

A presidenta ressaltou que “o Crepop é um instrumento super importante do Sistema Conselhos de Psicologia porque ele atua como uma bússola quando nós nos formamos e vamos trabalhar, especialmente quando trabalhamos com política pública.”

Céu, que fez parte da comissão ad hoc desta Referência Técnica, explicou que “na primeira década dos anos 2000, entendemos como o primeiro rascunho de estratégias enquanto política pública para lidar com um problema super grave: o Brasil ser, ano a ano, apontado como o país que mais mata pessoas LGBTQIA+ entre os países que contabilizam isso”, já trazendo um breve histórico das políticas públicas pensadas para esta população.

Diante de dados tão graves, é de extrema importância o fortalecimento das existentes e criação de mais políticas públicas de enfrentamento a este problema, baseado em preconceito e ódio.

“É uma política que eu considero que tem dois vetores. Tem um vetor de construção de uma pragmática da resposta concreta, e tem um vetor de atuar na cultura, ampliando um pouco como nós, enquanto sociedade, entendermos a diferença, quem nós entendemos que é diferente de nós, mas que tem o mesmo direito de ficar vivo, de ter emprego, de ter comida, de ter dignidade”, reafirmou, contundente, a presidenta do CRP-RJ.