Psicólogos e estudantes de diferentes partes do estado se reuniram no último dia 9 de novembro (quarta-feira), na sede da Defesa Civil do Estado do Rio de Janeiro, para discutir as situações de emergências e desastres e elaborar estratégias de integração. A reunião contou com a participação do Conselho Regional de Psicologia do Rio de Janeiro (CRP-RJ).
CRP participou de encontro na sede da Defesa Civil
A Defesa Civil destacou a importância do trabalho dos profissionais de psicologia em situações de desastres – naturais ou não. Segundo o Major Romano (do Corpo de Bombeiros), organizador da reunião, há a necessidade do compartilhamento de experiências e da participação da categoria em situações de emergências. “É importante que os psicólogos participem no enfrentamento de desastres. São situações muito intensas, de perda e sofrimento, que necessitam de um profissional que possa ajudar todos os envolvidos de forma correta”, explicou.
O CRP-RJ destaca a necessidade da inclusão de todos os municípios que sofrem com desastres frequentes, como os da Baixada Fluminense, nos planos de contingência da Defesa Civil. Entretanto, para o psicólogo Luan Carpes Barros Cassal (CRP 05/38831), colaborador do Conselho, a Defesa Civil tem estrutura para minimizar o impacto de desastres, mas não pode centralizar todas as ações da psicologia. Devido à complexidade dessas situações, os psicólogos inseridos na rede pública devem intervir a partir da especificidade de seus setores, produzindo um cuidado ampliado.
“Essa reunião foi um espaço de troca de experiências muito bom, mas é parte de um processo. Ainda há muito o que se pensar junto com a Defesa Civil sobre como atender os envolvidos em calamidades com maior eficácia e organização”, afirma Luan. O psicólogo destacou ainda que o atendimento a vitimas de desastre não deve ser tratado como especialismo, já que o psicólogo, em sua formação generalista, é habilitado para atender a diferentes situações.
Para psicólogos presentes, o Rio de Janeiro não está pronto para eventos críticos, e a parceria com a Defesa Civil pode render bons frutos. A assistência psicológica, em situações como essa, não fica restrito às vítimas, mas também aos bombeiros e demais socorristas, que sofrem intenso desgaste.
A psicóloga Fátima Cristina Monteiro dos Santos (CRP 05/13891), professora da Academia de Formação de Bombeiros, lembrou a situação das chuvas da Região Serrana em janeiro de 2011. “O preparo dos psicólogos e até mesmo estudantes que foram para a região serrana querendo ajudar foi quase nulo, o que acabou causando uma ineficiência no atendimento. A Defesa Civil, com sua organização, pode ajudar os psicólogos indicando e limitando a área de atendimento, tanto para que na haja desordem, tanto para que não se atrapalhe as ações de resgate”, avaliou.