Cerca de mil manifestantes se reuniram no último sábado na Zona Sul do Rio de Janeiro para a “Marcha por uma Copa do Povo”. O protesto reuniu diversas entidades que apontaram diversos erros na organização da Copa do Mundo de 2014 e nas Olimpíadas de 2016, como as remoções sem critério, os gastos exagerados, o desrespeito à cultura nacional para atender imposições da Fifa e do Comitê Olímpico Internacional e outras. O Conselho Regional de Psicologia do Rio de Janeiro (CRP-RJ) participou da Marcha.

Torcedores também se uniram para protestar
A data não foi escolhida ao acaso. No mesmo dia, a Marina da Glória recebia o sorteio dos grupos dos torneios eliminatórios continentais para a Copa 2014. Só este evento custou aos cofres públicos R$ 30 milhões, pagos pela Prefeitura do Rio de Janeiro e pelo Governo Estadual. O grupo se reuniu no Largo do Machado e caminhou por cerca de dois quilômetros até a região da Marina, em protesto pacífico e ordeiro.
O psicólogo e colaborador do CRP-RJ José Rodrigues de Alvarenga Filho (CRP 05/36271), que representou o Conselho na manifestação, explicou que a Marcha “foi apenas o primeiro passo de uma longa caminhada que todos aqueles que lutam pelo respeito aos direitos humanos farão nos próximos seis anos”.

Evento contou com cobertura da imprensa nacional e estrangeira
Para José, “serão anos difíceis no que se refere a essa luta, pois hoje vemos se desenhar no Rio a união dos poderes municipal, estadual e federal com o setor privado, com o intuito de transformar a cidade em uma mercadoria a ser vendida no mercado do capital financeiro globalizado”, aponta. “Porém, quem vai pagar o preço é a população”, complementa.
A participação de diferentes entidades, que apoiam lutas distintas (que se ligam direta ou indiretamente) foi comemorada pelos organizadores da Marcha. “Estavam lá desde moradores de comunidades da Zona Oeste, partidos políticos, torcedores de clubes, até professores, serventes e aposentados. Grupos antagônicos, que não costumam caminhar juntos, estavam carregando faixas e dando força ao movimento”, lembra o psicólogo, que destaca ainda a cobertura de diversos veículos da imprensa nacional e internacional.

Entidades que participam do comitê discursaram durante o ato
“É preciso criar estratégias de ação para incomodar, provocar e questionar a CBF, a Fifa e a lógica do lucro através do esporte que elas sustentam. Acredito que começamos a incomodar a partir do momento em que nos negamos a aceitar a história oficial sobre a preparação do Rio e do Brasil para a Copa de 2014. Quando juntamos mil pessoas e vamos às ruas protestar, estamos dizendo a estas entidades que vamos lutar e que faremos barulho”, complementa José.
A Marcha foi organizada pelo Comitê Popular da Copa e Olimpíadas do Rio, que reúne entidades, organizações e cidadãos articulados para evitar abusos e o desrespeito à população e à cidade na preparação aos eventos. O site do Comitê INSERIR LINK PARA http://comitepopulario.wordpress.com/ divulga ações, informações, vídeos e agenda do movimento.