“Nem um passo daremos atrás!”. Este mote, um dos versos do Hino do Soldado do Fogo, pautou uma grande manifestação em favor dos bombeiros na quinta-feira (16), em frente à Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). Centenas de bombeiros, policiais, estudantes e outros apoiadores da causa vestiram roupas vermelhas e gritaram palavras de ordem em favor dos 439 bombeiros que foram presos há duas semanas. Membros do Fórum de Saúde do Rio de Janeiro, do qual o Conselho Regional de Psicologia (CRP-RJ) faz parte, estiveram presentes.
Estava prevista para as 14 horas a votação no plenário da Alerj que determinaria a questão da anistia aos bombeiros, que foram soltos, mas ainda respondem a processo criminal. Entretanto, a decisão foi adiada a pedido dos parlamentares. Enquanto a casa seguia sua pauta do dia, do lado de fora a movimentação era intensa. Nas escadarias da Assembleia, Dandara Justino era um dos mais de 40 alunos do curso pré-vestibular da Universidade Federal Fluminense (UFF) que foram até lá para mostrar apoio aos bombeiros. A jovem, que pretende ser engenheira civil, demonstrou, ao mesmo tempo, admiração e indignação pela atual situação dos bombeiros. “Eles não estão lutando por nada que não seja deles. Nós vimos o que estava acontecendo e, junto à coordenação do curso, decidimos nos mobilizar para ajudá-los. Fomos ao quartel em Quintino e distribuímos rosas. Domingo, na passeata em Copacabana, tivemos prova de vestibular e nos atrasamos, mas não deixamos de ir”, contou, orgulhosa.
Perciliana Rodrigues tomou a palavra representando o Fórum de Saúde do Rio de Janeiro. Em sua fala, destacou a importância da união dos trabalhadores na luta por um serviço público de qualidade e pela garantia dos direitos trabalhistas. No final do discurso, afirmou: “Estaremos sempre junto com os bombeiros!”.
Ao som de músicas como “Vermelho”, conhecida pela interpretação de Fafá de Belém, a grande mobilização durou até a noite, mas muitos militantes afirmaram que acampariam em frente à Alerj até o dia da aprovação da anistia. De acordo com o cabo Benevenuto Daciolo, um dos líderes do movimento dos bombeiros, os protestos continuarão e, se for preciso, o movimento irá até Brasília. “Temos o apoio de muitos deputados e senadores. Se for preciso, lotaremos 500 ônibus e iremos falar com a presidente Dilma”, afirmou.