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Debate sobre medicalização é ampliado com mesa redonda


Data de Publicação: 24 de maio de 2011


O Fórum Sobre Medicalização, que conta com a participação do Conselho Regional de Psicologia do Rio de Janeiro (CRP-RJ) em sua diretoria executiva, ampliou mais uma vez o debate sobre o tema com a realização de uma mesa redonda no campus Gragoatá da Universidade Federal Fluminense (UFF), no último dia 28. Estudantes e profissionais de psicologia e de outras áreas participaram do evento.

Conselheira do CRP-RJ e membro da diretoria executiva  do Fórum, Helena Rego diz que o estado seguirá recebendo  debates sobre o tema

Conselheira do CRP-RJ e membro da diretoria executiva
do Fórum, Helena Rego diz que o estado seguirá recebendo
debates sobre o tema

O grande público presente contou com as convidadas Gabriela Grankow, do Conselho Regional de Psicologia de São Paulo (CRP-SP); Luciana Caliman, da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes); Maria Aparecida Moyses, da Universidade Estadual de Campinas-SP (Unicamp); e, como mediadora, a professora e coordenadora do programa de pós-graduação em psicologia da UFF, Kátia Aguiar.

Durante a discussão, foi destacado o notável crescimento das instituições de internação no Brasil. Em 1996, o número de jovens internados era de 4.300. Já em 2009, esse número chegou a aproximadamente 17 mil, segundo dados do Fórum Nacional de Saúde Mental Infanto Juvenil. Nessas instituições, o uso de fármacos é indiscriminado e alarmante.

O debate ainda levantou questões acerca do papel das escolas, das famílias e do direcionamento de profissionais de psicologia em relação à educação de crianças. No sistema educacional, ganha força a questão da recomendação do uso de remédios como o metilfenidato, conhecido por seu nome comercial, a Ritalina.

“A bula (da Ritalina) diz que pacientes agitados e menores de seis anos não devem ser tratados com metilfenidato, mas o que você vê são receitas médicas prescrevendo justamente essas substâncias.”, alertou Maria Aparecida Moysés, que é médica pediátrica.

Da esquerda para a direita as participantes da mesa - Maria Aparecida Moysés, Luciana Caliman, Kátia Aguiar e Gabriela Grankow

Da esquerda para a direita as participantes da mesa – Maria Aparecida Moysés, Luciana Caliman, Kátia Aguiar e Gabriela Grankow

Luciana Caliman explicou que muitas vezes as pessoas se confundem ao avaliar simples diferenças de comportamento entre crianças, muitas vezes as colocando como problemas médicos ou psicológicos. “A Hiperatividade seria sinal de quê? Ela estaria baseada em um sintoma ou em um transtorno efetivo? Medicalizar é transformar algo em necessidade médica, e é complicado dizer para o paciente que não é o caso. Há uma demanda por respostas imediatas. Às vezes, isso pressiona o médico a estabelecer diagnósticos precipitados”, concluiu.

Uma das organizadoras do evento, a psicóloga e conselheira do CRP-RJ Helena Rego Monteiro (CRP 05/24180) explicou que o debate em Niterói foi o primeiro evento organizado pelo Fórum sobre a medicalização no estado do Rio, mas não a mobilização vai continuar. “Outros debates virão para que possamos articular entidades, grupos e pessoas neste enfrentamento tão urgente e necessário”, disse, destacando ainda a importância da divulgação do conteúdo do manifesto de lançamento do fórum.



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