O VII Congresso Nacional da Psicologia (CNP), realizado entre os dias 3 e 6 de junho de 2010, em Brasília, reuniu 160 delegados e 19 observadores de todo o país – entre os quais, 13 delegados e um observador do Rio de Janeiro. Eles debateram 177 teses e aprovaram as diretrizes que orientarão as ações dos Conselhos de Psicologia no próximo triênio.
Na abertura do evento, acompanhada por cerca de 850 pontos de internet, gestores públicos apontaram alianças possíveis entre as ações do Estado e as contribuições da Psicologia.
Na mesa de abertura, ao lado da presidente do Conselho Federal de Psicologia, Ana Lopes, esteve presente a ministra de Estado do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Márcia Lopes, a Procuradora Federal dos Direitos do Cidadão e subprocuradora geral da República, Gilda Pereira de Carvalho, a representante do ministério da Saúde, Márcia Totugui, a secretária executiva do Fórum das Entidades Nacionais da Psicologia Brasileira (Fenpb), Mônica Giacomini e o representante da secretaria geral da Presidência da República, Marcelo Pires.
Além da presença de delegados e observadores de várias regiões, diversas entidades representativas de áreas da Psicologia participaram do VII CNP como convidadas ou tiveram seus coordenadores eleitos como delegados ou observadores.
Entre os delegados do Rio, estiveram presentes alguns conselheiros e colaboradores do CRP-RJ. Um deles foi o conselheiro-presidente, José Novaes (CRP 05/980), que destacou a importância do Congresso para a Psicologia. “O VII CNP cumpriu mais uma etapa no funcionamento democrático do Sistema Conselhos de Psicologia, que atinge 20 anos de aperfeiçoamento das regras pelas quais a categoria pode, a cada três anos, determinar os rumos de sua profissão”, afirmou.
Ao todo, foram dez grupos de trabalho, que dividiram as teses para serem discutidas e levadas para a plenária. Segundo Novaes, boa parte da condução eficiente e dos resultados alcançados em um CNP deve-se à organização e ao trabalho dos GTs. “No VII CNP, cada grupo de trabalho discutiu uma média de 20 a 25 teses no dia 4 de junho, preparando-as para a discussão em Plenária”
A conselheira presidente da Comissão de Orientação e Ética, Lygia Ayres (CRP 05/1832), também representou o Rio de Janeiro como delegada. Apesar de avaliar o VII CNP positivamente, ela acredita que algumas discussões poderiam ter avançado mais. “As propostas e teses votadas ainda se encontram centradas no discurso um tanto conservador, pensando a Psicologia enquanto um campo de saber individualizado. Se, por um lado, propostas como o veto ao exame criminológico como pratica psi se afirmam majoritariamente, por outro, questões como o titulo de especialista, amplamente defendido pelo CRP-RJ como algo a ser derrubado, continuam instituídas”.
Ambos os conselheiros ressaltam a relevância do desempenho da delegação fluminense para o VII CNP. Segundo Novaes, “o CRP-RJ teve atuação destacada, enviando 13 delegados e um observador, o que permitiu a presença de pelo menos um psicólogo do Rio em cada um dos dez grupos de trabalho. A participação do CRP-RJ nas discussões em reuniões plenárias, nos dias 5 e 6 de junho, foi o corolário esperado de sua participação nos GTs: precisa, incisiva, clara, firme na defesa de suas opiniões, para que todas as teses que passaram pelo crivo das discussões nos GTs fossem apreciadas em plenárias, o que efetivamente aconteceu”.
“O número significa um salto quantitativo em relação aos anos anteriores, o que revela a determinação e o trabalho do campo político Ética e Compromisso Social em cumprir, dentre outras, a meta de trabalhar com/pela categoria profissional”, acrescenta Lygia.
A conselheira destacou também que as bandeiras que o Rio de Janeiro vem defendendo em prol da afirmação da Psicologia como campo ético-politico foram levantadas no CNP. “Essas bandeiras, por vezes, são derrotadas por uma diferença minúscula de votos, o que nos autoriza a concluir que o CRP-RJ vem se afirmando como uma outra possibilidade de se fazer Psicologia, rompendo com o dado/instituído e apostando no novo”.
Além do principal objetivo do CNP, o de estabelecer encaminhamentos, diretrizes e prioridades para a atuação dos órgãos do Sistema Conselhos de Psicologia nos próximos três anos, o Congresso também se destacou pelas articulações para formação de chapas para a consulta eleitoral para o Plenário do CFP. No dia 6 de junho, após a plenária final, formaram-se e se apresentaram duas chapas. Ambas se submeterão ao crivo da Comissão Eleitoral Especial do CFP, para verificar suas condições de elegibilidade. A consulta eleitoral para o CFP ocorrerá no dia 27 de agosto, junto com as eleições para os Conselhos Regionais.
21 de junho de 2010