No dia 19 de março, o Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas (Crepop) do CRP-RJ realizou um encontro sobre a atuação de psicólogos nos serviços hospitalares do SUS (Sistema Único de Saúde). O evento, ocorrido na capital fluminense, foi o segundo do ciclo de pesquisas sobre SUS – o primeiro havia acontecido no dia 12 de março, em Campos dos Goytacazes.

A psicóloga e assistente técnica do Crepop, Beatriz Adura Martins, explicou que “o Crepop identifica e referencia as práticas do psicólogo nas políticas públicas”.
A psicóloga e assistente técnica do Crepop, Beatriz Adura Martins (CRP 05/34879), deu início à reunião explicando o funcionamento do Centro de Referência. “O Crepop identifica e referencia as práticas do psicólogo nas políticas públicas e acompanha, por exemplo, como estão as condições de trabalho, se há concursos públicos etc.”.
Segundo a psicóloga, a ideia é que essas referências sejam construídas a partir da participação dos profissionais que atuam na área e, consequentemente, conhecem o dia-a-dia do trabalho. Esses psicólogos possuem duas maneiras de participar: através das reuniões presenciais (uma na capital e uma no interior por ciclo) e respondendo o questionário online, disponível no site do Crepop.
“Os relatórios de todos os conselhos regionais sobre as reuniões são enviados ao Crepop Nacional, que os reúne com as respostas ao questionário para montar um relatório final. Antes de encaminharmos nosso relatório, nós o enviamos a vocês para receber sua opinião. E, após o relatório pronto do Nacional, é aberta uma consulta pública com todos os participantes do ciclo. Assim, garantimos que esse documento seja realmente pautado na prática dos psicólogos”, colocou Beatriz.
Em seguida, o conselheiro Lindomar Expedito Silva Darós, conselheiro coordenador da Comissão Regional de Psicologia e Políticas Públicas (CRPPP), responsável pelo Crepop, conduziu o encontro a partir da metodologia sociodramática. Os participantes foram divididos em duplas para se conhecerem e, em seguida, cada um apresentou o companheiro em primeira pessoa, como se estivesse falando de si. Foi então aberto um espaço para cada um complementar a apresentação, falando sobre sua prática e expectativas para o encontro.
A atividade seguinte foi a construção de uma história, a partir das vivências de cada um, para ser encenada no sociodrama. O caso escolhido foi chamado de “A comunicação”, pois envolvia questões de relacionamento interpessoal dentro dos hospitais.
Na história, um paciente adolescente é diagnosticado com câncer, mas não é informado pelo médico sobre a doença. A mãe, de origem humilde, não sabe como contar e pede ajuda ao médico e à psicóloga. O primeiro mostra-se indiferente ao caso e não conversa com a mãe ou o paciente. Já a psicóloga tenta acolher e trabalhar o sofrimento de ambos, enquanto procura fazer o médico refletir sobre suas ações.

O sociodrama envolveu questões de relacionamento interpessoal dentro dos hospitais.
Durante a encenação, os presentes poderiam ocupar qualquer papel, a qualquer momento, e interferir nos rumos da história. Ao final, eles falaram sobre a experiência do sociodrama e sobre que reflexões levariam do encontro. A maioria destacou a importância de discutir a prática com colegas, pois, devido à grande carga de trabalho, muitas vezes não conseguem fazer essa troca.
Os psicólogos levantaram ainda questões como a relação com o paciente, os outros profissionais do hospital e os gestores, além do cotidiano do trabalho no hospital.
Encerrando o evento, Lindomar destacou que um dos objetivos do encontro é proporcionar oportunidades de construção de redes. “A partir daqui, você podem trocar contatos e criar redes para compartilhar experiências, tirar dúvidas e pensar a prática profissional”.