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CRP-RJ abre debates do Ano da Psicoterapia em Nova Iguaçu


Data de Publicação: 18 de junho de 2009


“O objetivo desse encontro é pensarmos a prática nas bases. O que nós precisamos é ressaltar as dificuldades e os avanços para que tudo isso seja, de alguma forma contemplado. Quer dizer, isso é uma ação política dos psis da Baixada Fluminense para garantir uma boa representatividade no Seminário Nacional em Brasília”. Foi com essas palavras que a conselheira do CRP-RJ Francisca Assis Alves (CRP 05/18453) abriu o primeiro encontro do CRP-RJ do Ano da Psicoterapia, em Nova Iguaçu, no dia 66 de junho.

Na ocasião, estiveram presentes também os colaboradores Sérgio Valmário (CRP 05/17447), da Comissão de Saúde e do GT de Psicoterapia, Carlos Eduardo Norte, da Comissão de Estudantes, e Carla Silva Barbosa (CRP 05/29635), da Comissão de Ética.

Carla explicou a dinâmica dos eventos do Ano da Psicoterapia e de que forma se dará a participação da categoria neles. Conforme esclareceu, os eventos preparatórios terão um caráter propositivo, em que todos os psicólogos são convidados a comparecer para debater e/ou sugerir temas para a pauta de discussões. Em cada preparatório, haverá, entre os presentes, a eleição de dois delegados e mais dois suplentes para representar a região no Seminário Regional. “É por isso que a participação ampla da categoria é fundamental para construirmos essa agenda de discussões”, afirmou ela.

A colaboradora da Comissão de Orientação e Ética também lembrou que esta comissão está envolvida nos debates do Ano da Psicoterapia porque promoverá, no final de outubro, o Fórum de Ética sobre Psicoterapia e Ética. “Não devemos esquecer que a ética atravessa a prática psi, e que, portanto, devemos sempre tê-la em mente na nossa atuação com psicoterapia”, concluiu.
Sérgio, por sua vez, qualificou o evento como “um convite para que todos os psicólogos pensem e reflitam sobre sua prática cotidiana”. Segundo ele, os preparatórios “estabelecem um espaço de interlocução entre a categoria, de forma geral, e as diversas comissões do Conselho”.

Ao término da mesa de abertura, foi feita uma dinâmica com os presentes em que eles foram convidados a andarem pela sala observando, na parede, cartazes nos quais havia situações que podem ocorrer no cotidiano de um psicoterapeuta. Depois, cada um foi convidado a escolher uma dessas situações e, em grupo, discuti-la.

A primeira questão levantada dizia respeito aos “dispositivos e recursos de que dispõe o psicoterapeuta para desenvolver um trabalho para além do espaço clínico”. Na fala de um participante, “o papel do profissional de psicoterapeuta não é mais uma tarefa isolada, na qual ele atua trancado no consultório”. Para outro presente, “a psicoterapia não é mais unicista por conta de sua dimensão multidisciplinar para além do paciente; quer dizer, as intervenções são múltiplas”.
Francisca, por sua vêem seguida, reafirmou a ideia de que as discussões em torno das linhas psicoterápicas estão defasadas. Para ela, “o importante é haver uma interlocução entre elas de forma que a sociedade seja atendida de maneira o mais adequado possível”. Uma participante complementou, dizendo que “a técnica precisa ter um espaço teórico”, mas atentou para o fato de que “a experiência de um psi deve ser encarada como um espaço de construção permanente de práticas”.

Outro presente ressaltou ser importante aprender a “ver um outro lugar para o psi dentro de uma equipe trans, multi ou interdisciplinar. Devemos acolher a diversidade, mas não podemos abrir mão da especificidade”.

Outro ponto sensível do debate foi quanto às possibilidades de se regulamentar e referenciar as práticas psicoterápicas. Nesse sentido, Francisca levantou o questionamento: “Primeiro precisamos pensar a serviço de quê vem a regulamentação. Depois, em que proporção ela se dará?”. Ao que um participante disse: “Não é a regulamentação que vai ditar como o psicoterapeuta deve transitar no ambiente social, pois é preciso cuidado para não ficar refém dela”.

Texto: Felipe Simões

18 de junho de 2009