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Educação: o que nós psicólogos temos a ver com isso? – Ano da Educação do Sistema Conselhos


Data de Publicação: 23 de julho de 2008


O Sistema Conselhos de Psicologia decidiu, em Assembléia de Políticas Administrativas e Financeiras (APAF), realizada em dezembro de 2007, que o ano de 2008 será dedicado à Educação.

Essa escolha surgiu da necessidade de enfatizar a importante contribuição da Psicologia, enquanto ciência e profissão, na luta pela consolidação de uma educação para todos, respaldada nos princípios do compromisso social, dos Direitos Humanos e do respeito à diversidade enquanto fundamento para uma efetiva inclusão social.

Para isso, realizaremos eventos regionais e nacional visando garantir espaços de discussões coletivas entre psicólogos, demais profissionais da Educação e sociedade. O objetivo é, a partir desses fóruns, a construção e divulgação de referências técnicas e políticas para a atuação do psicólogo no campo escolar/educacional.

A discussão será divida por eixos temáticos:

EIXO 1: PSICOLOGIA, POLÍTICAS PÚBLICAS INTERSETORIAIS E EDUCAÇÃO INCLUSIVA

Neste eixo serão debatidos temas desenvolvidos por psicólogos, em escolas ou outras instituições de educação que abordem a temática da educação inclusiva e sua interface com políticas públicas, em especial as de educação, saúde e assistência social. Problematizaremos o termo Educação Inclusiva, procurando conhecer as diferentes práticas que fortaleçam a luta por uma educação que valorize as múltiplas dimensões da diferença e da singularidade. Refletir sobre as conseqüências provocadas pelo atravessamento de um discurso biomédico em relação à aprendizagem, principalmente no que se refere à medicalização da vida escolar.

EIXO 2: POLÍTICAS EDUCACIONAIS: LEGISLAÇÃO, FORMAÇÃO PROFISSIONAL E PARTICIPAÇÃO DEMOCRÁTICA

Este eixo trata de temas relacionados à inserção e à participação de psicólogos no âmbito das políticas públicas e espaços consultivos e deliberativos, tais como fóruns, redes Sociais e Conselhos, bem como junto ao Legislativo, acompanhando e propondo ações junto a deputados e vereadores visando, também através de Projetos de Lei, contribuir para uma democracia participativa na educação. A presença do psicólogo nesse campo deve resguardar a dimensão do compromisso social e da qualificação técnica e política para o exercício profissional.

EIXO 3: PSICOLOGIA EM INSTITUIÇÕES ESCOLARES E EDUCACIONAIS

Educação: o que temos a ver com isso? Esse eixo inclui discussão e reflexão das práticas desenvolvidas por psicólogos em instituições escolares e educacionais (por exemplo, abrigos, centros sócio-educativos, instituições comunitárias), nos seus diversos contextos formais (educação infantil, ensino fundamental, médio, superior, ensino profissionalizante e educação continuada) ou informais. Envolve a atuação do psicólogo junto aos alunos, suas famílias, educadores e demais profissionais sem deixar de indagar qual é a demanda da Educação para Psicologia. Que práticas podem ser engendradas pelos serviços de Psicologia para formação integral dos estudantes da Rede Pública de Educação Básica? Que efeitos têm sido gerados pela intersecção da Psicologia e da Educação no cotidiano da escola?  Como essa interseção pode  produzir dispositivos com capacidade de gerar mais efeitos de diferenciação e menos efeitos de medicalização e psicologização?

EIXO 4: PSICOLOGIA NO ENSINO MÉDIO

Esse eixo tem como objetivo problematizar a pertinência da disciplina de Psicologia no ensino médio, procurando interlocução com o campo da Educação. A necessidade dessa discussão se faz pela dificuldade de garantir um ensino de Psicologia distante dos moldes de um olhar psicologizante em relação ao sujeito, que normatiza e categoriza sujeitos sociais em condições de diferença. Será que a disciplina de Sociologia não contempla os processos de constituição do sujeito em sociedade, em uma perspectiva politizada? Esse eixo visa ampliar esse debate trazendo especialistas em currículo, construindo um fórum de pedagogos e professores, professores, porque considera que essa discussão não pode ocorrer sem a participação dessas categorias. Dessa forma, criamos uma abertura para garantir que essa disciplina não se torne mais um dispositivo medicalizante da existência, que busca nas patologias a explicação de conflitos sociais, próprios das demandas do contemporâneo.

Veja a programação dos eventos que realizaremos no ano de educação para o Sistema Conselhos de Psicologia.

23 de julho de 2008