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Quart’ética discute saúde mental do psicólogo


Data de Publicação: 6 de dezembro de 2007


No dia 28 de novembro, o CRP-RJ realizou a última Quart’ética do ano. Com o tema “Saúde mental do trabalhador psicólogo: a quantas anda?” as psicólogas Valéria Salek Ruiz (CRP 05/18464), da Petrobras, e Cláudia Osório da Silva (CRP 05/2787), da Universidade Federal Fluminense, debateram com os presentes não apenas o cotidiano de psicólogos, mas a situação dos trabalhadores na atualidade.

Valéria e Cláudia questionaram as demandas que são colocadas aos psicólogos, destacando dificuldades no trabalho diário e afirmando a importância do trabalho coletivo, como suporte para a reflexão.

A última Quart’ética do ano, com o tema “Saúde mental do trabalhador psicólogo: a quantas anda?”, debateu com os presentes não apenas o cotidiano de psicólogos, mas a situação dos trabalhadores na atualidade.

A última Quart’ética do ano, com o tema “Saúde mental do trabalhador psicólogo: a quantas anda?”, debateu com os presentes não apenas o cotidiano de psicólogos, mas a situação dos trabalhadores na atualidade.

Cláudia problematizou a oposição entre os conceitos de ‘trabalho prescrito’ e ‘trabalho realizado’. Segundo ela, há uma grande dificuldade, por parte de qualquer trabalhador, em corresponder às exigências que lhes são colocadas. Qualquer trabalho, segundo ela, é perpassado por fatores não previstos inicialmente, o que, a cada momento, modifica os processos de execução das tarefas.
Além disso, diariamente, o ‘trabalho interrompido’ é outro entrave para os trabalhadores: “A carga psíquica mais violenta é a da atividade impedida”, disse a psicóloga.

Valéria também falou sobre a dificuldade de corresponder às demandas: “O que nos é encomendado nunca pode ser cumprido. O produto final, às vezes, é o que menos importa”, disse. Cláudia reforçou que se deve prestar atenção ao modo como o trabalho é desempenhado, em vez de se focar apenas os resultados finais: “A gente está falando de algo que vai além do produto, que é o processo, o modo de fazê-lo”, apontou.

Ambas destacaram a importância de discussões coletivas e buscas de aprimoramentos nas questões que se colocam aos profissionais. Valéria e Cláudia comentaram questionamentos, que criticavam uma certa solidão no trabalho do psicólogo clínico. Cláudia afirmou que, mesmo o psicólogo clínico, que é visto como isolado, pode se submeter a reflexões coletivas: “O trabalho do psicólogo é muito complexo. O trabalhador está sozinho em termos: os autores que ele leu fazem parte de um coletivo, são figuras virtuais, todos estão dialogando com a gente. Isso muitas vezes não basta, então a gente vem ao Conselho”, ponderou.

Valéria também apontou a complexidade da profissão, destacando a “dificuldade de estabelecer uma identidade do trabalhador psicólogo”. Ela afirmou que a Análise Institucional é uma prática útil para a compreensão do jogo de forças nos ambientes de trabalho.

Ainda de acordo com Cláudia, há, para o psicólogo e para os trabalhadores em geral, uma permanente necessidade de renovação: “Você precisa de tempo para não pensar no trabalho, tempo de descanso. Hoje em dia é comum uma sobrecarga de trabalho e o reconhecimento de que isso atrapalha a produção”.



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