Os participantes assistiram a um vídeo sobre a formação e composição do grupo, debateram com o ator Olavo Nicolau Junior e em seguida assistiram a apresentação do grupo de teatro.

No segundo dia da Mostra Regional de Práticas em Psicologia, o grupo de teatro Os Nômades foi um dos principais destaques: o grupo é resultado de um projeto do Espaço Terapêutico Antonin Artaud, sediado em Niterói, que disponibiliza o teatro como uma forma de lazer e de integração de alguns de seus pacientes à sociedade.

Os participantes assistiram a um vídeo sobre a formação e composição do grupo e conversaram com Olavo Nicolau Junior, ator do grupo, que contou como o teatro mudou sua vida e a relação com os pais. Psicólogos e estudantes conversaram, também, como o psicólogo Walter Melo Junior (CRP 05/19407), conselheiro do CRP-RJ e coordenador da ONG Espaço Artaud. Em seguida, houve uma apresentação do grupo de teatro.

Grupo de Teatro Os Nômades se apresenta na Mostra Regional de Práticas em Psicologia

De acordo com Walter, o trabalho que fazem é uma alternativa à prática histórica de uso da força nas instituições de tratamento psiquiátrico. O psicólogo afirmou que o trabalho que desenvolvem no Espaço Artaud é “um passo à frente do que [a psicóloga] Nise da Silveira fez” no passado. “Ela fez isso em instituições, internamente, a gente leva isso pra fora”, disse Walter, enfatizando que o grupo de teatro é composto tanto por pacientes como por não-pacientes. Ele fez questão de não revelar quem era ou quem não era paciente da instituição: “aqui todos são atores”, disse.

Olavo recebeu muitas perguntas da platéia. Ele fez uma crítica à falta de sensibilidade entre as pessoas na vida atual e fez uma crítica ao sistema escolar, que não valoriza ou estimula a sensibilidade do aluno: “A escola não me ensinou este aprofundamento. Esta coisa de se voltar para si mesmo e se questionar. O que se faz em escola, geralmente, é uma coisa objetiva”, criticou.

O ator falou sobre as mudanças que o teatro lhe propiciou: “Eu consigo argumentar melhor, colocar os meus limites, sinto esta transformação. Eu posso me colocar melhor diante das pessoas, e não sempre aceitando o que elas dizem, começo a ser mais participativo e mais respeitado como ser humano”, disse. Walter completou, destacando os resultados positivos do teatro: “O teatro não tem objetivo terapêutico, mas acaba funcionando como”.