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CRP-RJ realiza evento preparatório para o COREP em Niterói


Data de Publicação: 13 de março de 2007


No dia 09 de março, o CRP-RJ realizou, a Universidade Federal Fluminense, o sexto evento preparatório para o Congresso Regional de Psicologia. O evento tinha por objetivo discutir as práticas dos psicólogos e sua inserção em diversas áreas da sociedade, a fim de motivar a criação de teses a serem apresentadas e votadas nos pré-Congressos.

Foto de José Novaes e Fabiana Valadares.

O evento foi aberto pelo conselheiro-presidente do CRP-RJ, José Novaes, e pela coordenadora da Comissão Organizadora do COREP, Fabiana Valadares.

Foto da mesa redonda com Karine Neves Mourão, Ademir Pacelli Ferreira, Neli de Almeida e Luis Antonio Baptista.

Mesa redonda, com o tema “Diálogos para Construção de Projetos Coletivos da Profissão”.

O conselheiro-presidente do CRP-RJ, José Novaes, e a coordenadora da Comissão Organizadora do COREP, Fabiana Valadares, abriram o evento, apresentando o Congresso aos presentes, explicando seu funcionamento e convocando a todos a apresentarem teses.

Em seguida, deu-se início à mesa redonda, com o tema “Diálogos para Construção de Projetos Coletivos da Profissão”. A mesa teve a participação de Karine Neves Mourão, psicóloga da secretaria de educação de Campos dos Goytacazes; Ademir Pacelli Ferreira, psicólogo e professor do Instituto de Psicologia da Universidade Estadual do Rio de Janeiro e Neli de Almeida, psicóloga do Instituto Franco Basaglia. O mediador foi Luis Antônio Baptista, professor da Universidade Federal Fluminense.

Karine foi a primeira a falar, contando sobre sua experiência como psicóloga do coletivo de educação do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST). Ela chamou atenção para o fato da psicologia ser tradicionalmente uma prática mais individualista e para como a presença de uma psicóloga em um movimento social causa estranhamento. “É necessário que o psicólogo saia do lugar de especialista e reconheça a importância da experiência dos movimentos sociais. Só assim a profissão vai participar efetivamente da criação de canais de efetuação da vida”, afirmou Karine.

Pacelli continuou a discussão, apresentando seu projeto de residência em psicologia. Ele explicou a importância deste tipo de formação não apenas para o psicólogo com objetivo de atuar na área de psicologia hospitalar: “O hospital é um local muito importante para a formação porque nele se vê a dor e a saúde, uma capacidade circular entre o sofrimento e a alegria. O psicólogo pode encontrar nele uma oportunidade de validar sua práxis ao buscar entender e acolher a palavra daquele que busca um interlocutor”. Ele salientou também a importância do psicólogo não se colocar no lugar de especialista e, sobretudo, saber escutar o outro. “É importante não reduzir o doente ao seu corpo biológico. Perde-se muito quando olhamos para o paciente apenas com o olhar frio de diagnosticador”, disse Pacelli.

Neli finalizou a mesa, explicando a participação da psicologia na reforma psiquiátrica. Ela mostrou a importância de se continuar pensando a prática profissional dentro de dispositivos novos como os CAPs e as residências terapêuticas: “É preciso sempre pensar um prática que não venha a cair em uma atitude moralizante, para evitar que a tradição manicomial se mantenha dentro desses novos serviços”. Ela demonstrou preocupação também pelo fato da psicologia ser hoje uma disciplina hegemônica no campo da Saúde Mental. “O projeto coletivo da psicologia deveria passar pela transdisciplinariedade, não colocá-la como mais importante”.

Após as palestras, os presentes participaram de um debate. O mediador da mesa, Luis Antonio Batista, sintetizou a mensagem do encontro: “É preciso continuar se incomodando com as questões da psicologia. É preciso ver o coletivo como uma mistura, uma desestabilização e não como uma identidade fechada”.

Texto: Carolina Selvatici

13 de março de 2007