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Comissão de ética realiza terceiro evento da semana do psicólogo


Data de Publicação: 2 de setembro de 2006


Como parte dos eventos da semana de comemoração ao Dia do Psicólogo, a Comissão de Orientação e Ética organizou no dia 30 no auditório do CRP-RJ dois eventos: uma oficina com o tema “Ética: para além das normas” e um filme-debate com a exibição do filme O jardineiro Fiel.

A oficina “Ética: para além das normas” tem o objetivo de salientar o aspecto orientador da Comissão de Ética.

A oficina “Ética: para além das normas” tem o objetivo de salientar o aspecto orientador da Comissão de Ética.

A conselheira presidente da COE, Ana Lucia Furtado, iniciou a oficina explicando que a oficina realizada era a quinta organizada pela COE e que seu objetivo é salientar o aspecto orientador da Comissão. O conselheiro Nélio Zuccaro, a psicóloga colaboradora do CRP Eliana Vianna e o estudante de psicologia e estagiário da COE Felipe Freitas, foram os responsáveis por coordenar as atividades. Eles iniciaram o trabalho explicando que a discussão sobre o agir ético-profissional dos psicólogos é um dos compromissos assumidos pela atual gestão do CRP, e que embora a prática do profissional psicólogo seja o foco das reflexões e discussões, as oficinas não estão restritas apenas a estudantes e profissionais de psicologia. Os coordenadores enfatizaram que também consideram como alvo todos aqueles que estejam ou tenham sido afetados por essa prática, na sociedade em geral.

A oficina foi realizada aplicando uma metodologia participativa e utilizando-se de situações trazidas pelos próprios participantes. Além de dar referências ao atual e ao anterior Código de Ética Profissional dos Psicólogos, os coordenadores procuraram problematizar a discussão “para além das normas”. Esclareceram dúvidas sobre questões regimentais e de competência do CRP, agregando ainda algumas informações sobre o Código de Processamento Disciplinar (CPD) e suas fases processuais desde a chegada de uma denúncia ética ao Conselho, até o momento de sua conclusão. As oficinas compartilharam ainda informações de um banco de dados produzido pelos coordenadores a partir do arquivo inativo do CRP-05 contendo os processos já transitados e julgados nesse regional.

Após um breve intervalo, o filme ”O jardineiro fiel” foi exibido no auditório lotado do CRP/RJ, seguido por debate que discutiu sobre a ética e a medicalização da vida. A mesa-redonda foi composta pelos debatedores Walter Melo, doutor em Psicologia Social (Uerj), professor visitante da Universidade Federal São João Del Rei e conselheiro da Comissão de Saúde do CRP/RJ e Nadia Filomena Ribeiro da Silva, psicóloga, biomédica, professora e coordenadora do projeto psicopedagógico da UniLaSale-UFF e como mediada, a conselheira Presidente da Comissão de Ética Ana Lucia Furtado.

Engajado na luta pela conquista dos direitos dos pacientes de Saúde Mental, Walter Melo iniciou a discussão chamando a atenção da platéia para a forma como as pessoas pensam a saúde. Trazer as questões da esfera macropolítica abordadas no filme para o âmbito micro, do cotidiano é, para Walter uma maneira de não se acomodar com uma estrutura sufocante e esmagadora da indústria, neste caso, da indústria farmacêutica dentro do sistema capitalista.

A partir de uma análise da situação manicomial, Walter coloca a necessidade cada vez maior da formação especializada do psicólogo, a aprovação de leis e projetos favoráveis ao movimento da luta Anti-manicomial e a discussão sobre a medicalização destes pacientes como o único instrumento de tratamento. Para ele, as clínicas de internação não promovem a cura, mas geram a doença.

Nadia Filomena Ribeiro citou Foucault para falar sobre a importância do que o filósofo chamou de “cuidado de si”, conhecer a si mesmo para que exista um comprometimento do discurso com a prática. De acordo com Nadia, o filme permite refletir sobre a relação humana com os seus códigos e regras na sociedade globalizada, cujos interesses particulares sobrepõem o interesse coletivo.
Para ela, este seria o ponto de partida para o pensar coletivo numa atuação equilibrada, e em uma ação multidisciplinar, com “a ética buscando a verdade para transformar a capacidade de indignação que promove o crescimento e a evolução da sociedade, do coletivo”.



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