No dia 5 de agosto de 2023, o CRP-RJ, por meio da Comissão Especial de Psicologia Clínica e da Comissão Gestora da Subsede Norte-Noroeste Fluminense, realizou o lançamento do e-book “Clínica e suas práticas: discussões transversais sobre um fazer ampliado”, no auditório da nova Subsede local, no Centro de Campos dos Goytacazes.
Estiveram presentes no evento Julia Horta Nasser (CRP 05/33796), conselheira secretária do CRP-RJ, coordenadora da Comissão Especial de Psicologia Clínica e uma das organizadoras do livro; Ágnes Cristina da Silva Pala (CRP 05/32409) conselheira do XVII Plenário do CRP-RJ; Conceição De Maria Gama Carvalho Mathias (CRP 05/39882), coordenadora da Comissão Regional de Direitos Humanos do CRP-RJ e integrante da Comissão Gestora Norte Noroeste; Carla Cristina Silvestre Meirelles De Castro (CRP 05/42300), coordenadora da Comissão Gestora da região; e Cleide Neves (CRP 05/40812) psicóloga e também integrante da Comissão Gestora local.
Viviane Siqueira Martins (CRP 05/32170), conselheira vice-presidenta prestigiou o lançamento na plateia.
Psicólogas e estudantes de Psicologia participaram da roda de conversa com as palestrantes que se dividiram em duas mesas temáticas: na primeira, Conceição Gama e Cleide Neves trouxeram uma fala pautada na experiência de atuação profissional no município de Campos, com as especificidades e atravessamentos da psicoterapia fora dos grandes centros.
Já a segunda mesa trouxe Julia Nasser e Ágnes Pala falando sobre o livro e sua construção. Ambas as mesas foram mediadas por Carla Meirelles.
Cleide trouxe como exemplo sua atuação no Centro de Reabilitação de Anomalias Congênitas da Face – CRACF especializado no acolhimento de gestantes cujos fetos foram diagnosticado com a malformação congênita (Pré-Natal psicológico). “A atuação do psicólogo nessa linha de cuidado de saúde mental é fundamental, pois ele atua como o ‘facilitador das vivências dos pais que recebem um diagnóstico de malformação fetal, pois tal profissional oferece o espaço e a escuta para os progenitores expressarem, compreenderem e elaborarem os sentimentos despertados neste momento crítico’(…) No CRACF atendi no período de dois anos, cinco gestantes, pais e familiares dos bebês fissurados. Esses atendimentos ocorreram desde o pré-natal até o puerpério”.
Conceição falou sobre a atuação em Psicologia Clínica numa cidade de interior possuir algumas questões que não são debatidas e ensinadas na graduação de Psicologia. “É comum numa cidade pequena você conhecer as pessoas que atende, encontrá-las em situações do quotidiano e em momentos de lazer, e isso não significa que a psicóloga deva ir embora de onde está. Além disso somos indicados para fazer atendimento de pessoas que se conhecem, pois há um menor número de profissionais disponíveis trabalhando com determinados públicos. Cabe avaliar, mas a psicóloga pode atender pessoas que se conhecem desde que resguardados cuidados éticos. É preciso deixar nítido para ambos os pacientes logo no início que você está atendendo aos dois, e verificar se eles sentem-se confortáveis com isso”, explicou.

Julia falou sobre o processo de criação e organização do livro digital: “a Comissão Especial de Psicologia Clínica do CRP-RJ, foi instituída no XVI Plenário, e partir daí produzimos discussões de uma forma ampliada e crítica sobre a atuação da psicologia na área clínica. Partindo do pressuposto que a psicologia no campo da clínica abarca não apenas questões que perpassam os indivíduos, mas também uma atuação ético-política comprometida com a sociedade e sua transformação, a Comissão provocou discussões para além da concepção clássica, vinculada à psicoterapia individual. É um fazer que se afasta de um modelo médico, e pretende uma atuação em diversos contextos e territórios”.

Ágnes reafirmou a importância da laicidade no fazer psi, reafirmando o que foi discutido em um dos capítulos do livro, “é fundamental, no contexto clínico, respeitar o que preconiza nosso Código de Ética profissional, artigo 2, alínea B: não podemos induzir nosso paciente a convicções religiosas quaisquer. Entretanto, é importante entender que se o seu paciente traz a questão da religiosidade para a terapia, a psicóloga precisa acolher. O tema não é um tabu. O que não pode em hipótese alguma é a profissional induzir o paciente. E para além disso, a psicóloga também pode ter suas convicções e religiosidade com toda certeza, só não pode misturar sua religião com sua atuação profissional”.
Para assistir às discussões na íntegra, acesse https://www.youtube.com/live/JqF-vHGICsU?si=CLxhcg18d6dnHNcX

O EBOOK
O livro “Clínica e suas práticas: discussões transversais sobre um fazer ampliado” foi organizado por Julia Horta Nasser, Cristiane Moreira da Silva, Mirelli Aparecida Neves Zimbrão e Daphne Malher Corrêa, e traz uma coletânea de artigos com diferentes abordagens e temas dentro da questão central.
“Seguindo essa linha de atuação, de produção de debates transversalizados, a comissão produziu essa obra com a colaboração de diversas comissões ativas no CRP-RJ com o objetivo de promover discussões transversais acerca das Práticas Profissionais, contemplando não apenas o fazer clínico, como também as demais áreas de atuação da Psicologia e/ou temáticas pertinentes nos contextos políticos e sociais na interface com a clínica”, conforme escrito na introdução.
Para acessar e baixar gratuitamente o ebook, acesse http://www.crprj.org.br/site/wp-content/uploads/2023/03/ebook_psi_clinica.pdf
Boa leitura!