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Defesa do psicológico


Data de Publicação: 25 de novembro de 2004


A possibilidade da proibição da comercialização e uso dos testes psicológicos, pedida na Justiça pelo procurador da República Carlos Henrique Lima, provocou a reação do Conselho Federal de Psicologia, que promete recorrer para manter a avaliação, por considerá-la segura. Esse exame é o terror de muitos concursandos, pesando contra ele o desconhecimento dos seus critérios por parte dos candidatos e a impossibilidade de recurso, afetando, portanto, a transparência, condição essencial dos concursos. O assunto foi abordado na coluna, que recebeu nota de esclarecimento do conselho, cujos principais pontos divulgamos a seguir:

“O Conselho Federal de Psicologia reitera que a matéria em questão – testes psicológicos – caracteriza uma técnica de uso privativo do psicólogo e, conforme a Lei Federal nº 4.119 e a Lei Federal nº 5.766/71, compete ao CFP regulamentar as exigências necessárias para a aceitação dos testes como psicológicos ou não, pois sua aplicação caracteriza exercício da profissão de psicólogo. A elaboração de testes psicológicos, bem como a utilização de determinada técnica ou método, também por força de lei, sujeitam-se aos regramentos ditados pelo Conselho.

Na certeza de que o Conselho pode e deve avaliar os testes psicológicos como instrumento de trabalho privativo do psicólogo, exatamente na defesa da sociedade que usufrui de tais serviços, e na condição de autarquia responsável por lei pela fiscalização, disciplina e orientação profissional, é que o CFP empreenderá todas as ações recursais necessárias à ação impetrada, assim que ocorrer a sua citação judicial. Por estarmos acompanhando atentamente os passos desta ação, sabemos já ter havido despacho judicial para citação do Conselho, mas, até o presente momento, formalmente ainda não recebemos qualquer citação.

Por fim, cabe destacar que o CFP tem plena confiança de que as medidas que estão sendo tomadas relativamente à análise dos testes psicológicos, baseadas em critérios científicos adotados internacionalmente, garantem o uso dos testes já avaliados, e que o Conselho não tem dúvidas sobre a sua competência, autoridade e legitimidade, legal, ética e política, em fiscalizar a qualidade e o uso dos testes psicológicos brasileiros, assim como a quaisquer outros procedimentos afetos ao exercício profissional do psicólogo.

Dado o controle que o Conselho hoje já tem implementado, com relação aos testes psicológicos em uso no país, de forma absolutamente isenta, acreditamos certamente que não será necessária a retirada de qualquer teste psicológico, aprovado pelo CFP, de circulação do mercado brasileiro.”

Ricardo Moretzsohn – Presidente do Conselho Federal de Psicologia