Dia 2 de agosto é um dia de lembrar uma triste passagem mundial, em Auschwitz, 1944 no complexo de extermínio. 2.897 Roms e Sintis foram levados a câmara de gás Museu do Holocausto Curitiba, 2021 apud AMSK), e a esse genocídio nazista se dá o nome de “Porrajmos” no dialeto Romani. A passagem da Segunda Guerra Mundial causou cerca de meio milhão de vítimas da população Romá.
Essa nublada noite em Auschwitz jamais foi esquecida por muitos, em especial ao sobrevivente e testemunha direta Piero Terracina, presente em Zigeunerlager: “Estava preso e era noite e havia um recolher obrigatório, mas ouvi tudo. A meio da noite ouvimos gritos em alemão e cães a ladrar, eles deram ordem para abrir o quartel do acampamento cigano, a partir daí gritando, chorando e com alguns tiros. De repente, após mais de duas horas, houve apenas silêncio e das nossas janelas, pouco depois, o brilho das altas chamas do crematório. De manhã, o primeiro pensamento foi olhar para o Zigeunerlager, que estava completamente vazio, só havia silêncio e as janelas do quartel a fecharem-se”.
Nesse dia vale lembrar da discriminação racial sofrida pelos Romanis no mundo inteiro. São inúmeros casos de perseguições, violências de todas as formas sejam elas a uma pessoa específica, ou à etnia como um todo; à deturpação histórica, a invisibilização de uma história que também pode ser considerada uma Romafobia ou Anticiganismo, que é o Racismo contra o Cigano. Exemplos desses casos é como a mídia foca no lado violento nas manchetes sensacionalistas motivando o medo e o desconforto da população em torno de uma população, sem a devida apuração dos fatos quando envolve a etnia. A hipersexualização das mulheres ciganas em filmes, livros, peças de teatro, ópera como Carmen de Bizet, músicas como Belle Andalouse em Don Juan de Felix Gray.
Lembrar desse dia é pensar em políticas públicas, ações afirmativas nas universidades, e em todos os outros campos de inclusão social. É pensar num atendimento humanizado dentro dos serviços de acolhimento em saúde, e não à violência institucional. É pensar nas crianças ciganas, suas especificidades, acolhimento e permanência escolar, mais do que a entrada nesse ambiente, mas na não discriminação da etnia cigana nesses ambientes de ensino. É pensar em habitação e saneamento básico. É de fato pensar no cigano enquanto dignidade humana e de cidadania.
#DescriçãoDaImagem: Card com fundo preto no topo, foto do campo de concentração onde o ocorreu o holocausto cigano em Auschwitz no meio com filtro azul e no final da imagem, topo azul com logo branco do CRP-RJ.
#TextodaImagem: 2 de agosto. Dia internacional em memória do holocausto cigano.
2 DE AGOSTO – DIA INTERNACIONAL EM MEMÓRIA DO HOLOCAUSTO CIGANO