Na última quarta-feira, dia 14 de dezembro, a Comissão Gestora da Subsede Baixada exibiu o filme “M8 – Quando a morte socorre a vida”. O filme conta a história de um jovem que começa a estudar na Universidade Federal de Medicina e em sua primeira aula de anatomia ele conhece M8, cadáver que servirá de estudo para ele e os amigos. Durante o semestre, o mistério da identidade do corpo só pode ser desvendado depois que ele enfrentar suas próprias angústias.
O filme serviu de pano de fundo para suscitar a reflexão e o debate no evento, organizado pela Comissão de Relações Raciais em parceria com a Subsede Baixada, que teve como convidadas (os) a conselheira vice presidenta do CRP-RJ Viviane Siqueira Martins (CRP 05/32170), o conselheiro Lucas Gonzaga (CRP 05/49596) e Ane Rocha, advogada da Iniciativa Direito à Memória e Justiça Racial.
Com um público presente de cerca de 50 participantes, após a exibição do filme, houve um amplo diálogo sobre as vivências da população negra.
Viviane Martins saudou o público presente e falou sobre a importância das questões étnico-raciais para a atual gestão do CRP-RJ. “A importância dessa temática no novo plenário é tanta ao ponto de deliberarmos coletivamente para que o Eixo de Relações Raciais passe a ser uma Comissão específica voltada às questões de relações raciais – a Comissão Especial de Psicologia e Relações Étnico Raciais”, ressaltou a conselheira vice-presidenta.
O conselheiro e psicólogo Lucas Gonzaga destacou a necessidade de lermos autores negros/as e que dialoguem com a realidade brasileira. Além disso, chamou atenção para a violência de Estado que se abate de forma mais intensa sobre a população negra, sem a mesma comoção da sociedade. “Precisamos, cada dia mais, pensar em estratégias de atendimento que incluam as necessidades da população negra. Nessa eleição do Sistema Conselhos, houve reserva de vagas para pessoas negras”, destacou o psicólogo.
Por fim, Ane Rocha falou como é “importante ressaltar o tipo de espaço que precisamos ocupar, espaços de construção coletiva, debate e troca. O Cinepsi é uma iniciativa muito importante, reforça esse espaço de partilha, de debate e de reflexão para os nossos, e principalmente a importância de lutar para que o povo preto seja visto e reconhecido”.
E pontuou ainda que “precisamos lembrar que o fortalecimento do nosso povo depende de nós, o racismo nos atravessa todos os dias, somos excluídos das políticas públicas, da academia, da sociedade e o Estado legitima a produção de morte da população preta e periférica,violando nossos direitos, encarcerando nossos corpos”.
Ao final das falas iniciais das convidadas foi aberto o debate para o público, que pode também trazer suas contribuições.
Confira algumas fotos do evento: