O segundo encontro do Ciclo de Debates organizado pela Comissão Regional de Psicologia e Políticas Públicas (CRPPP) – Controle Social e também pela Comissão Regional de Direitos Humanos (CRDH), aconteceu no último dia 06 de agosto, no auditório da Subsede Baixada. O evento reuniu psicólogas e estudantes de Psicologia para uma conversa sobre a atuação da categoria nos espaços de conselhos de direitos e de políticas públicas, embasada nos direitos humanos e na luta antirracista.
As boas vindas ficaram por conta da coordenadora da Comissão Gestora da Região Baixada Fluminense, Érika Barbosa (CRP 05/50040), que em seguida passou a palavra para conselheira coordenadora da CRPPP – Controle Social e da CRDH, Conceição Gama (CRP 05/39882), responsável por abrir e mediar a mesa.
Conceição pontuou sobre a importância do evento na Baixada como parte das estratégias de descentralização e interiorização do CRP-RJ e acrescentou que é um projeto do Controle Social realizar este Ciclo de Debates em todas as regiões do estado do Rio de Janeiro. “A gente se compromete a organizar esses eventos, essas ações sempre capilarizadas, para que a gente consiga chegar para toda a categoria e não só para uma parte dela que está na capital”.
Logo após, Jaqueline de Jesus (CRP 05/49337), integrante da Comissão de Direitos Humanos do Conselho Federal de Psicologia, frisou sobre a dificuldade na ocupação de espaços de construção de políticas públicas. “O que é o sonhar em ocupar esses lugares? Temos que ter ciência que não estamos num lugar cômodo, principalmente em câmaras e conselhos de direito, são lugares onde somos caçadas e não somos ouvidas, mas temos que ocupá-los”.
Érika Barbosa, que é representante do CRP-RJ no Conselho Municipal de Saúde de Nova Iguaçu, apontou a necessidade dos posicionamentos nos espaços deliberativos. “Precisamos pensar como essa atuação se dá, no que diz respeito à quando há um marcador étnico-racial, pois é diferente. Quando um profissional psicólogo está nesse espaço, ele precisa problematizar isso”. Sobre os espaços de controle social, Érika reflete: “temos que estar cientes de que os lugares que vamos ocupar, são lugares incômodos”.
Convidada a agregar a temática debatida, a coordenadora da Comissão Gestora da Subsede Norte e Noroeste Fluminense e representante do CRP-RJ no Conselho Municipal de Direitos das Mulheres de Campos dos Goytacazes, Carla Meirelles (CRP 05/42300), afirmou a “necessidade de sermos antirracistas todos os dias, principalmente nas práticas de atuação da Psicologia Hospitalar”. Além disso, Carla discutiu sobre a sua atuação nos serviços hospitalares do Sistema Único de Saúde (SUS) e sobre o trabalho de empoderamento das(os) usuárias(os) e de quebra de preconceitos junto às profissionais da equipe.
Finalizando a mesa, Céu Cavalcanti (CRP 05/57816), conselheira da atual plenária e representante do CRP-RJ no Conselho Estadual LGBT, apontou a necessidade de entender políticas públicas desde uma perspectiva de garantia de direitos ao apontar que a elaboração de uma política pública é um modo de gestão das populações existente em todos os governos, ainda que nem toda política pública seja entendida como promotora de cidadania.
A conselheira ainda corroborou para a inevitabilidade da Psicologia dentro dos espaços de controle social, para a afirmação dos direitos. “Podemos entender como um lugar similar ao da Psicologia nas próprias políticas públicas, garantindo os direitos”.
Ao final das falas, um espaço de perguntas e debates foi aberto ao público presente.