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CRP-RJ NÃO APOIA AFROUXAMENTO DAS MEDIDAS DE ISOLAMENTO SOCIAL


Data de Publicação: 23 de junho de 2020


Frente a onda de flexibilizações do isolamento social que têm ocorrido por todo estado do Rio de Janeiro, o Conselho Regional de Psicologia se posiciona contrário a estas medidas que não estão em consonância com as orientações da Organização Mundial de Saúde e das autoridades científicas do Brasil e do mundo.

Segundo dados da OMS, divulgados em 21 de junho, o Brasil tem um total de casos de Covid-19 registrados de 1.067.579 e 49.976 óbitos. Estes números confirmam uma tendência de ascensão da curva da doença.

A OPAS – Organização Pan Americana de Saúde -, em parceria com Ministério da Saúde, Universidade de Brasília (UnB), Instituto Butantã, Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), desenvolveu uma Calculadora Epidêmica, uma ferramenta capaz de calcular cenários prováveis com base nos dados numéricos da pandemia. A calculadora produz cenários, não previsões sobre o futuro, a partir de valores, dados e parâmetros – como quantidade de leitos disponíveis, velocidade de transmissão e contato social. Essa ferramenta serve para auxiliar os especialistas em Saúde Pública e os Governos nas tomadas de decisões sobre afrouxamento ou endurecimento de medidas de isolamento social. De acordo com os dados da Calculadora Epidêmica, produzidos a partir de informações de 22 de junho, o pico da pandemia no Brasil deverá ser no dia 25 de julho.

Segundo a “Nota técnica: Intensidade de trânsito, relaxamento do isolamento social e fluxo de pacientes em grandes cidades” emitida pela FioCruz – Fundação Oswaldo Cruz -, em 8 de junho, “à medida que a circulação das pessoas aumenta nas grandes cidades e áreas metropolitanas é  provável que os casos graves de COVID-19 demandem cuidados intensivos para as populações residentes destas áreas. Esse cenário somado ao processo de interiorização e consequentemente o aumento do envio de pacientes para cidades maiores configura um panorama preocupante quanto ao limite da capacidade dos sistemas de saúde”.

Pedro Paulo Bicalho (CRP 05/26077), conselheiro presidente do CRP-RJ, pontuou que “vivemos um momento em que se opera ativamente uma política de morte, visibilizada pela ausência de uma efetiva resposta estatal, na qual não se garante as condições dignas para o exercício do cuidado, que muitas vezes contradiz as orientações dos órgãos de saúde e especialistas; mas que também se apresenta numa dimensão mais ardilosa, no exercício da desresponsabilização sobre a vida dos mais vulneráveis, no desinvestimento que tem sido feito nos últimos anos nas medidas de proteção social, na desregulamentação do mundo do trabalho e no congelamento do investimento em áreas sociais como ciência, tecnologia e saúde pública, um dos mais duros efeitos dos tentáculos neoliberais na governamentalidade estatal. O novo coronavírus, além de causar mudanças sanitárias e econômicas, visibiliza o que vem sendo posto como prioridade e desafia a humanidade na construção de uma nova realidade”.

 

Diante de todo o exposto, o CRP-RJ, permanece com a orientação para que as (os) psicólogas (os) continuem a optar por atendimento por meio de TICs sempre que possível, e para que tomem todas as medidas de cuidado para evitar a contaminação para os casos que não é possível realizar o atendimento remoto.

É importante ressaltar que ao CRP-RJ não cabe, como conselho de classe, determinar compulsoriamente o retorno ou não de atividades presenciais da categoria. Além disso, frise-se também a importância do trabalho presencial de profissionais da Psicologia que atuam na linha de frente na promoção do cuidado em saúde e em outras políticas públicas que mantêm seus serviços em funcionamento presencial. Para estes casos, o CRP-RJ, realiza inspeções para verificar as condições de trabalho oferecidas, como a já realizada no Hospital de Campanha do Maracanã, em 27 de maio.

Também mantemos o canal aberto para relatos e denúncias de profissionais por meio do email [email protected] .

Por fim, gostaríamos de agradecer profundamente a todas (os) psicólogas (os) que trabalham, seja remota ou presencialmente, para promover saúde mental e acolhimento neste período desafiador, no qual, mais do que nunca, a Psicologia reafirma seu lugar de ciência e rede de atenção.

Sigamos juntas (os)!

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