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13 DE MAIO: NÃO É DIA DE COMEMORAÇÃO, É DIA DE LUTA


Data de Publicação: 13 de maio de 2020


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Sabemos que no dia 13 de maio de 1888, foi assinada a Lei Áurea, que aboliu oficialmente a escravidão no Brasil, último país a eliminar essa prática desumana no continente americano. Sabemos também que até poucas décadas atrás esse dia era comemorado como uma data significativa para lembrarmos e denunciarmos as condições de opressão e desrespeito aos direitos da população negra no Brasil e de denuncia da falsa ideia de “democracia racial”. Atualmente, porém, esta data está longe de ser uma data a ser comemorada pelo movimento negro, uma vez que o tratamento dispensado à população negra continua sendo os mesmo há mais de três séculos, e em razão disso a nossa sociedade não criou minimamente condições para que a promoção da igualdade social e política pudesse ocorrer de fato para que essa parcela da população tivesse motivos para comemorar. E é por isso que os movimentos negros do início do século XX, e ainda hoje, reivindicam e lutam por uma “nova abolição”.

Em maio de 1884, José do Patrocínio, importante abolicionista negro, declarava para a sociedade brasileira: “Não queremos esmolas, queremos Direitos”. Entretanto, passados 132 anos da Abolição da Escravidão no Brasil, movimentos sociais negros organizados e vários militantes promotores de lutas antirracistas continuam a reivindicar os mesmos direitos fundamentais e básicos para população negra que foram exigidos por José do Patrocínio ou Luiz Gama.

Desde o fim da Abolição, e até mesmo antes, os movimentos negros organizados lutam para que a sociedade brasileira reconheça o racismo existente e persistente nas mais variadas formas de nossas relações sociais, o que tem impedido que enfrentemos radicalmente todas as formas de desigualdades social e racial, mantendo um Estado que, em geral, é omisso ou perpetua e legitima o genocídio negro e nega a essa parcela da população a participação em determinados espaços de poder.

Nesse dia gostaríamos de lembrar, reconhecer e agradecer todos aqueles que lutaram, lutam e anseiam pelo fim das discriminações raciais e por uma sociedade mais justa e humana. Lembramos também da importância da prática da (o) psicóloga (o) envolvida (o) com essa temática e que tem na Resolução CFP nº 18/2002, que estabelece normas de atuação para os psicólogos em relação ao preconceito e à discriminação racial, seu principal instrumento para a promoção de um posicionamento ético e cidadão contra todas as formas de discriminação.



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