A Subsede Baixada do CRP-RJ, localizada em Nova Iguaçu, recebeu, no dia 16 de outubro, a 37ª edição do “Rodas e Encontros”, que teve como temática “Suicídio – Precisamos falar o ano todo: Qual a relação entre o suicídio e o público LGBTQI?”. O encontro foi qaberto pela conselheira-coordenadora da Comissão Gestora do CRP-RJ na Baixada, Gabriela de Araújo Braz dos Santos (CRP 05/56462).
Mediada pelo psicólogo clínico, Terapeuta Cognitivo-Comportamental e pós-graduando em TCC e Neuropsicologia, Marcelo Jacinto de Abreu (CRP 05/55934), a roda contou com a presença de Diana Soledade (CRP 05/51262), psicóloga com formação em Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) e em Terapia do Esquema (2018) e mestranda em Psicologia pela UFRJ, e Grazielly Ribas (CRP 05/59433), psicóloga clínica, mestranda em Psicologia pela UFRRJ, pesquisadora do Laboratório de Estudos sobre Violência contra Crianças e Adolescentes (LEVICA), atua com a Terapia do Esquema e Terapia Cognitivo Sexual.
Juntas, as palestrantes expuseram dados sobre uma sociedade ainda preconceituosa e violenta em relação à população LGBTQI, lembrando “manifestações implícitas e explícitas” de discriminação e violência presentes em falas corriqueiras como “você é lésbica, mas nem parece” ou “só é gay por falta de porrada”. De acordo com elas, falas como essas contribuem para agravar a situação de vulnerabilidade das pessoas LGBTQI, afetando diretamente a sua saúde mental.
“É importante dizer também que, às vezes, a pessoa ainda não passou por alguma situação explícita de violência ou discriminação, mas isso não quer dizer que essas situações não existam. Eu, por exemplo, sou lésbica e já ouvi muito de amigas: ‘nossa, mas nem parece, porque você é tão feminina’. Mesmo que você nunca tenha vivenciado nenhuma situação dessas, você sente medo. Andando na rua com a minha namorada, uma vez ela me falou: ‘todo dia eu acho que vamos apanhar’”, revelou Grazielly Ribas.
As psicólogas apresentaram e debateram também a importância da intervenção da Psicologia na prevenção e no combate ao suicídio do público LGBTQI, assim como no cuidado e acolhimento a essa população.
“Como psicólogas, precisamos estar atentas para acolher da melhor forma possível as pessoas que fazem parte de minorias sexuais e de gênero e estão em sofrimento, porque a nossa função como profissional é gerar bem-estar e saúde. Então, precisamos da nossa escuta qualificada e de instrumentos técnicos e teóricos específicos para atuar junto a essa questão”, acrescentou Diana Soledade.