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35ª Rodas e Encontros acontece na Subsede do CRP-RJ em Nova Iguaçu


Data de Publicação: 6 de junho de 2019


A 35ª edição do Rodas e Encontros – evento promovido pela Comissão Gestora do CRP-RJ na Baixada Fluminense – aconteceu no dia 28 de maio no auditório da Subsede do CRP-RJ em Nova Iguaçu. Com temática “O impacto das violências na saúde mental de crianças e adolescentes”, o objetivo foi marcar a importância do Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes – celebrado em 18 de maio.

A roda de conversa teve como mediadora a psicóloga clínica, mestranda em Psicologia na UFRRJ, integrante da Comissão Gestora e pesquisadora no Laboratório de Estudos sobre Violência contra Crianças e Adolescentes da UFRRJ (LEVICA), Gabriela Braz (CRP 05/56462), que abriu o evento destacando “que este espaço é importante para promover discussões relevantes como a saúde mental de crianças e adolescentes. Sabendo que a violência deixa marcas no funcionamento da personalidade das vítimas, este espaço é para entendermos qual o nosso papel nesses contextos: um papel de garantir os direitos de crianças e adolescentes, tirando o tema da invisibilidade. Dia 18 de maio é, especialmente, o dia de enfrentamento à violência sexual infantil, mas, sabiamente, ela precisa ser combatida todos os dias”

baixada 3 2019Em seguida, a primeira palestrante, Ilanna Pinheiro (CRP 05/56396), psicóloga clínica, mestranda em Psicologia na UFRRJ, pesquisadora no Laboratório de Estudos sobre Violência contra Crianças e Adolescentes da UFRRJ (LEVICA), psicóloga voluntária na Associação Vida Plena, que atende crianças vítimas de violência, apresentou fatores que possam constatar a presença de abuso na vida daquela criança ou adolescente.

Porém, conforme destacou, é importante ter cuidado pois “a violência contra crianças e adolescentes compreende um compilado de coisas. Por isso, é preciso também escutar familiares, a escola e a rede de apoio para, então, fazer um processo de entendimento se houve ou não abuso”.

Ilanna abordou também o que chamou de “comportamentos hipersexualizados”, explicando que “se dão quando aquela criança tem necessidade de muito contato corporal”, seja por meio de beijos, de abraços ou toques. Segundo ela, “a hipersexualização pode ser um dos sintomas após a exposição à violência. Sendo assim, a criança tem uma necessidade de ser tocada, beijada, excitada de alguma forma, tendo em vista que, na violência sexual, isso foi ativado precocemente”.

Seguindo a mesa, Maria Cristina de Macedo do Nascimento (CRP05/52466), psicóloga clínica, especialista em Atendimento a Criança e Adolescente vítimas de violência doméstica e responsável técnica pela Prevenção a Violência e Cultura da Paz do município de Belford Roxo, lembrou da importância do dia 18 de maio para a luta contra a violência e a exploração sexual de crianças e adolescente. Ela também alertou para o alto índice de violência e abuso sexual dentro das suas próprias residências.

baixada 5 2019“A porcentagem que tenho de Belford Roxo é de que 83% das violências são cometidas nas residências”, destaca ela, alertando também que é preciso estar muito atento no acolhimento a essas crianças porque, em geral, elas não expressam a violência sofrida por meio de palavras, mas por meio de desenhos, por exemplo.

Maria atentou para além da exploração e o abuso sexual, afirmando que o trabalho infantil também está incluso no rol de violências contra crianças e adolescentes. “Temos feito um trabalho em Belford Roxo, junto com a UNICEF, que é o ‘Busca Ativa Escolar’. Ele tem uma plataforma que onde eu estiver, seja no meu atendimento, no consultório ou no hospital, se alguma criança por algum motivo disser que não está estudando, eu vou colocá-la na plataforma e faremos um trabalho de investigação do porquê. No município de Belford Roxo, já conseguimos incluir 1.500 crianças. Lugar de criança é na escola e não com arma na mão. A parceria com a UNICEF é um trabalho que tem como interlocutor a Secretaria de Educação do Município de Belford Roxo”, ressaltou.



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